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Egito tira do ar canal iraquiano acusado de apoiar rebeldes

Após ser acusado pelos EUA de fazer propaganda da insurgência sunita, Al-Zawaraa tem sinal cortado sob alegações de problemas técnicos e não por censura

Por Agencia Estado
Atualização:

O Egito deixou de oferecer aos assinantes de sua televisão via satélite o Al-Zawraa, um canal privado iraquiano acusado pelo governo dos EUA de fazer propaganda da insurgência sunita. O presidente do conselho do NileSat, Amin Basyouni, afirmou que o sinal da Al-Zawraa foi cortado por razões técnicas e não por censura. "A freqüência do canal interfere com a de outros canais transmitidos pela NileSat", argumentou. "Não temos autoridade sobre o que esses canais mostram. Acreditamos na liberdade de expressão". Mas o proprietário do Al-Zawraa, Mishan al-Jabouri, disse que o canal foi bloqueado por razões politicas e que irá processar o Egito. "Os americanos estão muito irritados com a estação porque ela mostra a verdadeira imagem da resistência, não os chamando de terroristas, e a crescente resistência contra sua ocupação", denunciou ele por telefone de Damasco, Síria, onde vive em exílio. "Parece que os egípcios estão nos punindo por isso". "Não tenho escolha, vou processá-los", acrescentou. Al-Jabouri informou que seu canal ainda estava sendo transmitido por outro satélite, o Arabsat. Al-Jabouri é um parlamentar iraquiano sunita acusado de ter se apropriado de US$ 7 milhões de um fundo de segurança de um oleoduto em outubro. Sua imunidade parlamentar foi suspensa e ele fugiu para a Síria. Al-Zawraa transmite imagens de ataques insurgentes contra forças dos EUA e iraquianas, mostrando veículos explodindo. O canal também apresenta corpos mutilados de homens, mulheres e crianças e afirma se tratarem de sunitas mortos por forças americanas e xiitas. O canal adota uma linha editorial que acusa o governo iraquiano, liderado por xiitas, de ser fantoche do Irã e responsável pelo assassinato de sunitas. Forças de segurança iraquianas fecharam os escritórios da Al-Zawraa em Bagdá em novembro, acusando a estação de "incitar o ódio e instigar a violência". Mas o canal conseguiu se manter no ar, aparentemente a partir de áreas sunitas no Iraque. O Departamento de Estado dos EUA havia dito no mês passado que iria pedir ao Egito para excluir o canal da Nilesat.

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