Ehud Olmert é principal suspeito em caso de corrupção em Israel

Ex-premiê, prefeito de Jerusalém entre 1993 e 2003, teria recebido propina por autorizações

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Por Guila Flint
Atualização:

TEL AVIV - A Justiça de Israel autorizou nesta quinta-feira, 15, a publicação do nome do principal suspeito no escândalo de corrupção do projeto imobiliário Holyland, em Jerusalém - o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, que era prefeito da cidade na época da aprovação do projeto. De acordo com as acusações publicadas pela imprensa local, Olmert teria recebido propina para autorizar a construção de um conjunto de prédios residenciais em Jerusalém, quando era prefeito da cidade, de 1993 a 2003. O dono do terreno e principal interessado no projeto, Hilel Tzerni, teria transferido milhões de dólares a Olmert e a vários funcionários da prefeitura, para obter a autorização de ampliar em 12 vezes a área construída, além das normas oficiais. Segundo o analista politico do canal 2 da TV israelense, Amnon Abramovitz, "esse caso de corrupção é sem precedentes na história de Israel, tanto pelo número de pessoas envolvidas como pelos valores que passaram de mão em mão". Ehud Olmert foi o primeiro-ministro de Israel de janeiro de 2006 a fevereiro de 2009 e já está sendo julgado por mais três casos de corrupção, razão pela qual anunciou sua renúncia ao cargo, em setembro de 2008. Casos anteriores Os casos anteriores também são relacionados a eventos ocorridos antes de Olmert se tornar primeiro-ministro, quando foi prefeito de Jerusalém e ministro da Indústria e Comércio. Em agosto de 2009 o ex-premiê foi indiciado por acusações de ter recebido doações ilícitas de campanha eleitoral, de centenas de milhares de dólares, de ter embolsado despesas de viagens de maneira ilegal e de ter favorecido um amigo utilizando sua posição como ministro. No tribunal Olmert se declarou inocente de todas as acusações.

 

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No caso atual o ex-premiê também declara inocência. De acordo com seu porta-voz, Amir Dan, o ex-premiê "nega qualquer envolvimento no episódio Holyland". Segundo a polícia israelense, Olmert deverá ser interrogado em breve sobre o novo escândalo. Nesta quarta-feira a polícia prendeu outro ex-prefeito de Jerusalém, o sucessor de Olmert, Uri Lupoliansky, que está sendo acusado de ter recebido suborno de 3 milhões de shekels - o equivalente a cerca de R$ 1,5 milhão - para facilitar a implementação do projeto. Oito pessoas, inclusive advogados e engenheiros, acusadas de participação do esquema de corrupção, também estão presas e dezenas já foram interrogadas sobre o caso. A polícia tambem afirmou que nos próximos dias outros suspeitos de receber propina envolvida no projeto Holyland deverão ser presos e interrogados e a maioria deles será de ex-funcionários ou funcionários atuais da prefeitura de Jerusalém.

 

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