BEIRUTE - Combatentes do Estado islâmico (EI) avançaram para o leste e o sudoeste da cidade curda síria de Kobani durante a noite, disse nesta terça-feira, 7, um grupo que monitora o conflito na Síria. Os jihadistas conquistaram vários edifícios para ganhar posições no ataque pelos dois lados da cidade.
A perspectiva de que a cidade, na fronteira com o território turco, caia em mãos dos militantes que a sitiam há três semanas aumentou a pressão sobre a Turquia, que tem o Exército mais poderoso da região, para se juntar à coalizão internacional na luta contra o EI.
Do lado turco da fronteira, duas bandeiras do grupo jihadista podiam ser vistas sobre o lado leste de Kobani. Dois ataques aéreos atingiram a área e tiroteios esporádicos podiam ser ouvidos.
Combatentes do EI estavam usando armas pesadas e lançando projéteis no avanço sobre Kobani nesta terça, disse a oficial do alto escalão curdo Asya Abdullah, falando do dentro da cidade. "Ontem houve um confronto violento. Lutamos arduamente para mantê-los fora da cidade ", disse ela por telefone à Reuters. "Os confrontos não estão em toda a Kobani, mas em áreas específicas, nos arredores e em direção ao centro."
Durante os confrontos contra as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), os jihadistas se viram obrigados a retroceder pelas ruas do leste. De dentro da cidade, o ativista Mustafa Bali disse à Efe por telefone que os veículos de combate do EI se encontram no leste e sudoeste e que a batalha acontece pelas ruas.
O Estado Islâmico, um ramo da Al-Qaeda, ampliou sua ofensiva nos últimos dias contra a cidade fronteiriça de maioria curda, apesar de ter sido alvo de bombardeios da coalizão liderada pelos EUA destinados a deter o seu avanço. O grupo jihadista quer dominar Kobani para consolidar uma ampla conquista de território no norte da Síria e do Iraque, em nome de uma versão absolutista do Islã sunita, que vem abalando o Oriente Médio.
Nas três semanas de confrontos na cidade, ao menos 400 pessoas foram mortas, sendo combatentes do EI e curdos e também civis, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
A organização afirmou ter documentado 412 mortes a partir de fontes no terreno, mas o número real seria provavelmente o dobro. / EFE e REUTERS