A Junta Militar birmanesa anunciou nesta quinta-feira, 11, a anulação oficial dos resultados das últimas eleições, realizadas em 1990 e vencidas pelo partido opositor da líder Aung San Suu Kyi.
A nova lei, publicada na manhã desta quinta na imprensa estatal, estabelece que "os resultados eleitorais prévios ficam automaticamente invalidados porque não estão de acordo com a Constituição", já que a nova Carta Magna birmanesa foi aprovada em plebiscito em 2008.
Mianmar (antiga Birmânia) deve realizar este ano seu primeiro pleito desde 1990, mas o regime, que nunca reconheceu a derrota anterior, ainda não anunciou a data.
Proibição
A lei eleitoral aprovada pelos generais também proíbe que as pessoas que cumprem penas votem. Assim, os militares fecham uma nova porta à participação de Suu Kyi, que cumpre uma condenação de prisão domiciliar de 18 meses.
A líder, que já ganhou o prêmio Nobel da Paz, também não pode participar de atividades de militância política pelo mesmo motivo, segundo a Lei de Registro de Partidos Políticos divulgada na imprensa também na quarta. Suu Kyi também não poderá se candidatar à chefia de Estado, pois esteve casada com um cidadão estrangeiro e seus filhos têm passaportes do Reino Unido.
O partido dirigido por Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), ativo desde 1988, terá que voltar a registrar-se sob a nova regulação sem sua líder. O prazo, que começou a contar em 8 de março, terminará 60 dias depois.
A Junta Militar que governa Mianmar começou nesta semana a divulgar o conteúdo da lei eleitoral que vai regular as eleições parlamentares deste ano. O país está regido por uma ditadura militar desde o golpe de Ne Win em 1962.