PUBLICIDADE

Eleições cubanas são ilegítimas, acusam ativistas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ativistas cubanos que pedem um referendo para mudanças em Cuba qualificaram de ilegítimas as eleições gerais na ilha. "Quaisquer eleições que se realizem no mesmo ambiente de intimidação e com a atual lei eleitoral são ilegítimas e inconstitucionais", disse o Comitê Cidadão Gestor do Projeto Varela em um comunicado divulgado na quinta-feira à noite. "Denunciamos (as eleições) e anunciamos que não participaremos desse processo que não é democrático", disse o comitê, encabeçado pelo opositor Oswaldo Payá. O governo do presidente Fidel Castro convocou em julho eleições gerais de deputados à Assembléia Nacional, o Legislativo unicameral cubano, assim como de representantes provinciais e municipais. O pleito, realizado a cada cinco anos, será em 20 de outubro. As últimas eleições foram em 1997, e nelas Fidel foi reeleito como deputado à Assembléia, ao lado de outros cerca de 600 membros do Partido Comunista cubano e sem representante da oposição. A Assembléia costuma tomar decisões de forma unânime - como ocorreu em junho passado, quando, em sessão extraordinária convocada por Fidel, declarou constitucionalmente que o regime socialista é "irrevogável". O comitê de Payá assegurou que a atual lei eleitoral, de 1992, impede os cubanos de eleger livremente os representantes porque, entre outras razões, contempla um só candidato por cada cadeira de deputado. O Partido Comunista de Cuba (PCC) é o único legal na ilha. O grupo também criticou o governo pela "evasão" e "ocultamento" do chamado Projeto Varela, um requerimento promovido por Payá e assinado por mais de 11.000 pessoas e que havia sido apresentado em maio à Assembléia, solicitando-lhe a convocação de um referendo. A consulta - que seria sobre temas como liberdade de expressão, uma anistia para presos políticos e o direito de possuir um negócio próprio, entre outros - não recebeu uma resposta oficial do Parlamento cubano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.