Eleições no Congo terão segundo turno

Nenhum dos mais de trinta candidatos à presidência alcançou metade dos votos nas eleições realizadas dia 30 de julho

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Por Agencia Estado
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As autoridades eleitorais congolesas anunciaram neste domingo que o presidente Joseph Kabila e o vice-presidente Jean-Pierre Bemba vão concorrer ao segundo turno das eleições no país, no próximo dia 29 de outubro. Kabila teve 44,81% dos votos - o equivalente a 16,9 milhões de eleitores -, contra 20,03% de Bemba, segundo dados oficiais divulgados na noite deste domingo pelo presidente da Comissão Eleitoral Independente, Apollinaire Malu Malu, que destacou a coragem dos eleitores do país, já que 70% dos eleitores compareceram ao pleito. Kabila, o presidente de 35 anos que ajudou na transição do país depois da guerra que durou de 1996 a 2002, possui grande apoio de eleitores do leste do país, onde nasceu. Bemba, líder de uma facção que participou da guerra, é vice-presidente do governo de união nacional. Antoine Gizenga, outro candidato, recebeu apenas 13% dos votos. Os dados divulgados neste domingo são parciais e devem ser confirmados pela Corte Suprema no próximo dia 31 de agosto. A publicação do resultado foi divulgada em meio a um tiroteio próximo a sede do partido de Bemba, o Movimento para a Libertação do Congo (MLC). Pelo menos um dos membros da equipe de segurança do partido morreu no tiroteio que começou às 19h (horário local) e continuou até quase a meia-noite. Os tiros puderam ser ouvidos durante quatro horas, do lado de fora do escritório da Comissão Eleitoral. Testemunhas afirmaram que o tiroteio era entre a guarda especial do presidente e tropas do candidato Bemba, cujos partidários afirmaram ter sido atacados. Kemal Saiki, porta-voz da força de paz da ONU no país, afirmou que ao menos um soldado de Bemba foi morto. Transição As eleições do dia 30 de julho foram as primeiras com participação de vários partidos em mais de 40 anos. A comunidade internacional voltou as atenções para o país para que as eleições transcorressem com transparência e tranqüilidade. As eleições custaram 500 milhões de dólares para a ONU. Espera-se que o candidato eleito de maneira legítima possa governa o país, que tem 58 milhões de habitantes, e acabar com anos de guerra no Congo. Observadores internacionais identificaram algumas irregularidades no dia da eleições e durante a apuração, mas muitos grupos disseram que não viram nada que irregular no processo de validação dos votos.

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