PUBLICIDADE

Eleições nos EUA têm arrecadação recorde

Por Agencia Estado
Atualização:

A incerteza sobre os resultados das eleições legislativas e estaduais da próxima terça-feira nos Estados Unidos fez com que a arrecadação de fundos fosse recorde em campanhas não-presidenciais. Poucas vezes o dinheiro foi tão farto como nestas eleições - as últimas com o atual sistema de financiamento. Republicanos e democratas gastaram nos últimos meses US$ 421,3 milhões em doações, podendo superar os US$ 495 milhões coletados na disputa pela Casa Branca, em 2000. Nas últimas eleições legislativas, disputadas em 1998, as contribuições chegaram a US$ 291 milhões. Anúncios e pesquisas valeram milhares de dólares, e empresas e associações de todos os tipos não pouparam para garantir sua influência nos futuros mandatos. Como de costume, os republicanos lideraram a coleta de fundos nestas eleições, nas quais serão disputadas todas as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, um terço das do Senado (34) e 36 governos estaduais. Na escolha de seis das cadeiras do Senado, 12 da Câmara e dez governos, a disputa está acirrada e não é possível prever quem será o vencedor. Figuras conhecidas tornaram-se cabos eleitorais: na campanha republicana destaca-se ninguém menos do que o presidente George W. Bush e, na democrata, seu antecessor Bill Clinton. O desafio de Bush é múltiplo: manter ou aumentar a maioria republicana na Câmara, ganhar a maioria no Senado e apoiar os candidatos republicanos ao governo de 36 dos 50 Estados americanos, além do fortalecimento de sua reeleição, em 2004. O montante arrecadado, porém, não reflete o ânimo dos americanos: as eleições da próxima terça-feira devem registrar uma abstenção recorde, de mais de 35%. Chega ao fim a festa da arrecadação Estas eleições marcarão o fim das polêmicas doações eleitorais conhecidas como soft money (dinheiro leve), já que na próxima quarta-feira entrará em vigor a nova lei de financiamento das campanhas políticas. O soft money implica as contribuições aos partidos sem nenhum limite ou controle federal. Existe ainda o hard money (dinheiro pesado), isto é, contribuições limitadas que os partidos podem gastar em campanha. De acordo com dados da Comissão Eleitoral Federal, republicanos arrecadaram US$ 289 milhões, e os democratas, US$ 127 milhões. Em geral, doadores dos republicanos são empresas manufatureiras e do setor de energia. Wall Street, sindicatos de advogados e a indústria de Hollywood costumam favorecer os democratas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.