Eleições presidenciais convocam 70% dos mexicanos às urnas

Mexicanos deverão, além de escolher o presidente, renovar os governos estaduais de Morelos, Jalisco, Guanajuato e o chefe de governo do Distrito Federal, com seus respectivos congressos locais

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Por Agencia Estado
Atualização:

No domingo, 70% dos 103 milhões de mexicanos poderão escolher o sucessor do presidente Vicente Fox, nas eleições mais concorridas e polarizadas da história política recente do México. São 71,3 milhões de mexicanos aptos a votar, escolher o novo governante para o período 2006-2012 e renovar o Congresso federal bicameral formado por 500 deputados e 128 senadores. Além das eleições presidenciais, os mexicanos deverão renovar os governos estaduais de Morelos, Jalisco, Guanajuato e o chefe de governo do Distrito Federal, com seus respectivos congressos locais. O Instituto Federal Eleitoral mobilizou 913 mil cidadãos que trabalharão no processo, desde a instalação das 130.500 mesas de votação, até a entrega das atas finais com os resultados oficiais em cada uma delas. Estes funcionários escolhidos por sorteio trabalharão nos colégios eleitorais, onde receberão as listas de eleitores, cédulas para voto, folhetos, urnas e outros materiais utilizados na votação. O IFE gastará 11,858 bilhões de pesos (US$ 1,04 bilhão) nestas eleições. Desta quantia, 4,92 bilhões (US$ 432 milhões) foram destinados ao financiamento das campanhas dos partidos políticos. O restante foi usado para cobrir as despesas da instituição e do processo eleitoral. Atualmente, só 71,3 milhões das 71,7 milhões de pessoas registradas na lista eleitoral possuem documentos para votar. Este total representa 95,4% da população adulta maior de 18 anos. Aproximadamente 44,4% dos mexicanos aptos a votar têm entre 18 e 34 anos, enquanto 13 milhões são jovens que se registraram nos últimos seis anos, o representou um crescimento de 12,7% no eleitorado. As eleições de domingo envolvem oito partidos, mas só cinco apresentaram candidatos à Presidência, uma vez que três legendas formaram uma coalizão e dois deles se reuniram em outra. Os três candidatos com maiores chances de vitória são Andrés Manuel López Obrador, da aliança "Pelo Bem de Todos", dos partidos da Revolução Democrática (PRD), do Trabalho (PT) e Convergência; Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN); e Roberto Madrazo, da "Aliança pelo México", dos partidos Revolucionário Institucional (PRI) e Verde Ecologista do México (PVEM). Os demais concorrentes, com poucas chances, são Patricia Mercado, do Partido Alternativa Social-Democrata e Camponesa (PASC) e Roberto Campa, do Partido Nova Aliança (Panal) Apesar de tradicionalmente as eleições presidenciais atraírem mais a atenção dos eleitores, os analistas previram uma forte abstenção, que poderia ultrapassar 50%. Vários analistas concordam que estas eleições são as mais disputadas dos últimos tempos, pois é a primeira vez que os partidos se enfrentaram em igualdade de condições, depois que o predomínio mantido pelo PRI durante 71 anos acabou nas eleições de 2000. O IFE se viu obrigado a intervir no processo eleitoral para evitar que as campanhas saíssem dos meios institucionais, pois nos últimos meses os candidatos se dedicaram a criticar seus adversários, o que foi qualificado como uma "guerra suja". Neste processo, pela primeira vez os mexicanos residentes no exterior e com título de eleitor poderão votar e calcula-se que 32 mil dos 40.876 registrados participarão das eleições.

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