Eleições presidenciais na França têm participação estável

28,54% dos 47 milhões de eleitores aptos a votar compareceram às urnas antes do meio dia; seções eleitorais ficam abertas até as 20h nas grandes cidades

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Por Andrei Netto
Atualização:

CORRESPONDENTE / PARIS - O temor de uma baixa participação do eleitorado no pleito presidencial da França parece estar sendo afastado nesse domingo, 23. Às 12h – 7h de Brasília –, 28,54% dos franceses já haviam participado do primeiro turno, que designará os dois finalistas da segunda rodada, em 7 de maio. Nas seções eleitorais no território continental, em territórios além-mar e no exterior, filas de espera de mais de uma hora foram registradas. Em Paris e no interior, os candidatos votaram ainda pela manhã, incluindo os favoritos Emmanuel Macron e Marine Le Pen.

De acordo com analistas, o temor de um alto índice de abstenção não estaria se confirmando. Foto: EFE/EPA/Caroline Blumberg

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Os números parciais da participação nas urnas foram divulgados pelo Ministério do Interior ao meio-dia e indicam uma participação forte, mas na média em comparação ao último pleito, em 2012. Há cinco anos, o índice havia sido de 28,29%. De acordo com analistas, o temor de um alto índice de abstenção não estaria se confirmando, mesmo com o forte sentimento de rejeição aos partidos políticos tradicionais manifestado por grande parte do eleitorado. As urnas seguirão abertas até as 19h em pequenas e médias cidades e até as 20h em grandes metrópoles, como Paris, Lion ou Marselha.

A certeza de que a participação será elevada, entretanto, só virá com a parcial de comparecimento às urnas a ser divulgada às 17h, horário local – 12h no Brasil. Então a tendência será cristalizada, de acordo com cientistas políticos.

Proibidos de realizar campanha eleitoral, os 11 candidatos ao Palácio do Eliseu transformaram o momento de seus votos em atos políticos. Quatro são considerados favoritos: o social-liberal Emmanuel Macron, a nacionalista Marine Le Pen, o conservador François Fillon e o populista de esquerda Jean-Luc Mélenchon. Pesquisas eleitorais de boca-de-urna seguem proibidas até as 20h, mas existe a expectativa de que os primeiros números possam ser divulgados em veículos de informação no exterior e nas redes sociais.

A campanha eleitoral de 2017 foi marcada pela eliminação de nomes históricos da política francesa, como os ex-presidentes François Hollande e Nicolas Sarkozy, os ex-primeiros-ministros Allain Juppé e Manuel Valls, e por escândalos de corrupção envolvendo Fillon e Le Pen. Na reta final, porém, o grande tema foi a segurança, já que o país foi alvo de um novo atentado cometido na noite de quinta-feira, na Avenida Champs-Elysées, no centro de Paris. Um policial morreu no ataque cometido por um criminoso reincidente, que foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

A votação na França acontece sob forte esquema de segurança. Mais de 50 mil policiais de militares e civis estão nas ruas e seções eleitorais para proteger os eleitores.