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Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto e Nobel da Paz, morre aos 87 anos

Autor de mais de 50 livros, 4 sobre o Holocausto, Wiesel dedicou sua vida à defesa dos direitos humanos e à luta contra a opressão; premiê de Israel disse que Wiesel era 'exemplo de humanidade'

Atualização:

JERUSALÉM - O prêmio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto, Elie Wiesel, morreu neste sábado, 2, aos 87 anos, informou o Yad Vahsem, o Museu do Holocausto de Jerusalém.

Wiesel, que nasceu na Romênia e viveu o período nazista no campo de extermínio de Auschwitz, é um dos escritores judeus mais conhecidos e defensor da memória do Holocausto mediante a educação. Ele faleceu em sua casa em Nova York, ao lado da família, de acordo com o serviço de notícias israelense "Ynet".

Em 2009, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente dos EUA, Barack Obama, Elie Wiesel (D) visita o local onde ficava o campo de concentração de Buchenwald Foto: AFP PHOTO / MANDEL NGAN

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"O Estado de Israel e o povo judeu estão de luto pela morte de Elie Wiesel", disse o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em um comunicado. "Na escuridão do Holocausto, no qual seis milhões dos nossos irmãos e irmãs faleceram, Elie Wiesel, foi um farol luminoso e um exemplo de humanidade que acreditava no bem dos homens."

Autor de quase 50 livros, 4 sobre o Holocausto, Wiesel dedicou sua vida à defesa dos direitos humanos e à luta contra a opressão no mundo, o que lhe valeu o Nobel da Paz, em 1986.

Nascido no seio de uma família ultra-ortodoxa judaica, perdeu nos campos nazistas a irmã mais nova e os pais. Ele e duas irmãs mais velhas sobreviveram e, uma vez libertados do campo de Buchenwald, foram a Paris estudar na Universidade de Sorbonne. Depois de formado, atuou algum tempo como jornalista.

Seus trabalhos em defesa do povo judeu e do Estado de Israel o tornaram merecedor de reconhecimento neste país, que em 2014 ventilou a possibilidade de lhe oferecer o cargo de chefe do Estado israelense, convite que, aparentemente, ele recusou.

Em nota, a Congregação Israelita Paulista (CIP) também lamentou a morte de Wiesel. "A morte de Elie Wiesel aumenta nossa responsabilidade de contar e recontar a história do Holocausto. Somente assim, seguiremos dando nossa contribuição para que este horror não se repita contra os judeus ou qualquer outro povo", disse Michel Schlesinger, rabino da CIP e representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso. / EFE e AFP

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