BOGOTÁ - O Exército de Libertação Nacional (ELN) insistiu nesta terça-feira em abrir a fase pública dos diálogos de paz com o governo colombiano, apesar do acordo assinado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ter sido rejeitado no plebiscito de domingo. "Neste difícil momento para a Colômbia, o ELN reafirma sua decisão irrevogável de passar para a fase pública e cumprir a agenda estipulada em março", escreveu o grupo no Twitter.
A opção pelo "não" foi a vencedora na consulta popular de domingo sobre o acordo de paz com as Farc, com 6.431.376 votos, 50,21% do total, enquanto o "sim" obteve 6.377.482, que correspondem a 49,78%. Em 30 de março, o ELN e o governo colombiano anunciaram em Caracas, na Venezuela, o início de uma fase pública de diálogos de paz, cuja abertura foi condicionada pelo Executivo, que exigia a solução de alguns "temas humanitários", como o fim dos sequestros. No entanto, até o momento, essa fase pública não começou, já que o ELN, a segunda maior guerrilha da Colômbia, não libertou todas as pessoas que mantém sequestradas, mas apenas uma. Apesar disso, o ELN afirmou que "mantém sua decisão de tentar superar qualquer dificuldade que se apresente" e fez um pedido ao presidente Juan Manuel Santos para que faça o mesmo. A guerrilha também fez um chamado para que seja criada uma "grande confluência pela paz" que permita "remover a violência da política" em definitivo. Na opinião do ELN, a vitória do "não" no referendo de domingo "mostra a força dos inimigos da paz". A guerrilha também destacou que, nessa consulta, mais de 62% da população apta a votar não compareceu às urnas, "o que mostra a grave crise da democracia colombiana". Como fizeram em outras ocasiões, os guerrilheiros pediram que o "o povo e a nação sejam partícipes" do acordo de paz. / EFE