Elogio de Bibi a Fidel irrita EUA

Premiê israelense pede desculpas a senadora americana anticastrista por afagos a cubano

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu, viu-se obrigado a pedir desculpas aos EUA por ter elogiado o líder cubano Fidel Castro. O afago a Fidel havia sido feito em setembro, quando o cubano disse à revista americana The Atlantic que o "povo judeu é o povo mais sofrido do mundo" e criticou o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad por negar o Holocausto.Feito há duas semanas, o pedido de desculpas de Bibi tinha destino certo: a senadora republicana do Estado da Flórida, Ileana Ros-Lehtinen, uma das principais representantes do lobby anticastrista no Congresso. Ileana, que chefiará o Comissão de Relações Exteriores do Senado a partir de janeiro, havia se queixado dos comentários de Bibi a instituições pró-Israel dos EUA.Contente com as declarações de Fidel à revista, Netanyahu dissera que o comentário demonstrava "profundo conhecimento sobre a história do povo judeu e do Estado de Israel".Na entrevista, Fidel não descartou a possibilidade de "em algum momento" estabelecer relações com o governo israelense.Eleita ao Congresso em 1989, a senadora, nascida em Havana, foi relatora da várias medidas contra Cuba. Ileana chegou a defender o assassinato de Fidel e, no auge da crise em Honduras, no ano passado, encontrou-se com o presidente de facto Roberto Micheletti.Os comentários de Fidel fizeram o presidente de Israel, Shimon Peres, escrever uma carta ao líder cubano, na qual dizia ter ficado "muito emocionado" com a entrevista. "Devo confessar que sua observação foi, na minha opinião, inesperada, com uma profundidade intelectual extraordinária", disse Peres.

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