Em 2.º dia de greve, agricultores se reúnem com governo na Colômbia

Produtores acusam a administração de Santos de não cumprir acordos feitos em setembro

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Por Redação
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BOGOTÁ - Pequenos agricultores da região central da Colômbia entraram nesta terça-feira, 29, no segundo dia de greve nacional e acusam o governo de não cumprir acordos feitos em setembro para reduzir os preços de fertilizantes, solucionar as dívidas dos agricultores com bancos e controlar as importações de países com os quais a Colômbia possui acordos de livre comércio.

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De acordo com a agência France Presse, o primeiro dia da greve teve três pessoas feridas. A polícia disse que um policial foi ferido por um disparo feito por manifestantes em Huila, no sudoeste do país.

Dirigentes sindicais afirmaram que um de seus integrantes foi ferido com uma bala de borracha disparada pela polícia em Bogotá. A prefeitura disse que um policial da tropa de choque também foi ferido, durante confronto com estudantes que se manifestavam em apoio aos agricultores.

Segundo os manifestantes, pelo menos 42 mil famílias vivem do cultivo de batata e 12 mil do cultivo de cebola em Boyacá - região com 1,2 milhão de habitantes que lidera a greve. O porta-voz dos produtores em Boyacá, César Pachón, afirmou nesta terça que iria participar de uma reunião com o ministro da Agricultura, Rubén Darío Lizarralde.

Os agricultores também pedem mais proteção ao ambiente, por meio do controle da atividade mineira. "Vamos lutar para permanecer no campo, pelo direito ao trabalho, para que não acabem os camponeses na Colômbia", disse Pachón, em um comunicado.

Funcionários do governo de Juan Manuel Santos afirmam que os acordos firmados durante uma greve anterior foram cumpridos e milhares de dólares em auxílio foram pagos aos agricultores. "Hoje seguiremos trabalhando com os agricultores, o governo, sim, cumpriu (os acordos)", disse Lizarralde, em sua conta no Twitter, anunciando a reunião com Pachón.

O ministro da Fazenda colombiano, Mauricio Cárdenas, considera injustas as manifestações dos agricultores, afirmando que o orçamento para a Agricultura neste ano é de US$ 2,8 milhões, o triplo do valor de quatro anos atrás. Segundo Cárdenas, as dívidas dos produtores estão sendo refinanciadas.

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O presidente colombiano também criticou a greve, que considerou "injustificável" porque o governo "fez grandes esforços na questão orçamentária."

Pachón diz que o governo quer "colocar panos quentes na situação". "É preciso haver políticas agropecuárias sérias na Colômbia para que cada agricultor possa vender seus produtos acima dos custos da produção."

A greve ocorre semanas antes da eleição presidencial do dia 25, quando Santos tentará ser reeleito, e depois do fracasso de reuniões entre representantes dos agricultores e do governo./ AP

 

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