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Em 3 semanas, conflitos no Iêmen deixaram ao menos 549 mortos

De acordo com dados da OMS divulgados nesta terça-feira, pelo menos 1.707 pessoas foram feridas; Unicef diz que 74 crianças morreram no mesmo período no país

Atualização:
Membros da milícia xiita Houthi participam de protesto na capital do Iêmen, Sanaa, contra a coalizão liderada pela Arábia Saudita Foto: MOHAMMED HUWAIS/AFP

GENEBRA - Pelo menos 549 pessoas morreram e 1.707 ficaram feridas no Iêmen desde o início da ofensiva militar contra os rebeldes da milícia xiita Houthis, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 7, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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"Os dados com os quais contamos incluem o registro desde 19 de março até 3 de abril, mas sabemos que é uma estimativa baixa e que há mais vítimas que não puderam ser contabilizadas", afirmou Christian Lindmeier, porta-voz da OMS. O funcionário acrescentou que entre o total de vítimas, 217 mortos e 516 feridos eram civis.

Além disso, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Christophe Boulierac, afirmou na mesma entrevista que funcionários do organismo no terreno contabilizaram 74 crianças mortas e 44 feridas devido aos combates. Boulierac também disse que os números são uma estimativa provavelmente abaixo da realidade.

O porta-voz esclareceu que não podia especificar quais crianças morreram como consequência direta de artilharia ou bombardeios e quais tinham morrido por não contar com a resposta necessária a doenças ou condições prévias.

"É preciso se levar em conta que a 'normalidade' da grande maioria de crianças no Iêmen antes do conflito era a desnutrição crônica. Muitos dependiam de ajuda para sobreviver, uma assistência que foi interrompida nas últimas semanas", explicou Boulierac.

"Além disso, existe o problema do acesso à água potável, que se torna cada vez mais difícil, o que nos faz temer a possibilidade de surtos de doenças graves como a diarreia", acrescentou. De acordo como porta-voz, a Unicef calcula que pelo menos um milhão de crianças iemenitas não estão podendo frequentar a escola.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) disse que por enquanto não foram registraram grandes movimentos de pessoas fugindo do país, mas informou que 32 iemenitas cruzaram a fronteira para Somália.

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O mesmo percurso foi feito por 90 somalis que viviam no Iêmen. O Acnur também tem conhecimento de 50 pessoas do Djibuti que saíram do Iêmen para seu país de origem.

Já a Organização Mundial das Migrações (OIM) informou que ajudou 159 etíopes a retornar ao seu país a partir do Djibuti, onde tinham chegado procedentes do Iêmen. / EFE

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