Em Amã, Bush adia reunião com premier do Iraque

A decisão veio depois de tornar-se público que a Casa Branca tem dúvidas sobre a capacidade do premier em conter a violência sectária no país árabe

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Por Agencia Estado
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LF: A decisão veio depois de tornar-se público que a Casa Branca tem dúvidas sobre a capacidade do premier em conter a violência sectária no país árabe O presidente George W. Bush desembarcou na noite desta quarta-feira (horário local) no aeroporto de Amã para uma reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, mas o encontro teve que ser adiado para quinta-feira. A decisão veio depois de tornar-se público que a Casa Branca tem dúvidas sobre a capacidade do premier em conter a violência sectária no país. O adiamento foi anunciado logo após a chegada de Bush ao país árabe, onde o presidente americano conversaria com líder xiita e com o rei da Jordânia, o sunita Abdullah II. Apesar do cancelamento das conversas com Maliki, o encontro com o rei jordaniano foi mantido. O conselheiro da Casa Branca Dan Bartlett negou que a manobra esteja relacionada com o vazamento de um memorando do governo americano que questiona a capacidade do premier em controlar a violência no Iraque. Segundo algumas versões, o texto teria ofendido Maliki, que por reprimenda cancelou a reunião. "Absolutamente não", disse Bartlett. Ele alegou que o rei e o premier já haviam se encontrado antes de Bush chegar no país, após deixar a cúpula da Otan na Letônia. "Isso diminuiu a necessidade de uma reunião com os três líderes", alegou Bartlett. Bartlett disse também que a reunião marcada para a noite desta quarta-feira havia sido planejada "mais como um encontro social", e que Bush e Maliki tinham planejado para quinta-feira um encontro mais "concreto". Na reunião, Bush iria perguntar a Maliki qual seria a melhor maneira de treinar as forças de segurança iraquianas para sanar a guerra sectária que atinge o país. Polêmica Bush chegou a Amã em meio a uma polêmica provocada pelo vazamento de um memorando da Casa Branca que levanta dúvidas sobre a capacidade de Maliki em acabar com a escalada de violência. Enquanto isso, legisladores e ministros iraquianos leais ao clérigo anti-EUA Muqtada al-Sadr suspenderam suas participações no parlamento e no governo, em protesto contra a reunião entre Bush e Maliki. A Casa Branca evitou dizer que Bush pressionará Maliki a fazer mais para acabar com o derramamento de sangue. Segundo o conselheiro de Segurança Nacional, Bush estará aberto para ouvir as sugestões de Maliki, e não impor planos ao primeiro-ministro. Mas em um memorando confidencial de 8 de novembro trazido à tona pelo New York Times, um conselheiro da Casa Branca pede que os Estados Unidos tome medidas para fortalecer a posição do líder iraquiano. "A realidade nas ruas de Bagdá sugere que ou Maliki não sabe o que está ocorrendo, ou suas capacidades não são suficientes para reverter suas boas intenções em ações", sugere o memorando. Para a Casa Branca, no entanto, o texto reforça o apoio da administração ao governo do premier. Texto ampliado às 18h57

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