
18 de agosto de 2013 | 02h08
Os partidários do presidente destituído, Mohammed Morsi, choram seus mortos prometendo vingança, mas muitos outros egípcios dirigem sua ira contra os manifestantes que acamparam nas ruas durante semanas. Para eles, o que aconteceu não foi absurdo. "Era necessário", afirmou Akmal William, em sua loja de automóveis na Rua Talaat Harb, falando do ataque de soldados e policiais. "Eles tinham de ser rigorosos."
Muitas pessoas lamentavam o derramamento de sangue, mas afirmavam que a alternativa seria pior. A Irmandade Muçulmana estava contribuindo para o atraso do país com intermináveis manifestações pacíficas e protestos, segundo muitos. E quanto mais o Exército esperava para agir, mais fraco o Egito parecia para esses cidadãos.
"Não gosto de teorias da conspiração", disse Ahmed Mustafá, de 37 anos, um contador. "Sou contrário à violência. Votei em Morsi e ele me decepcionou. Eles fizeram as coisas à sua maneira, uma maneira falsa." Segundo ele, as autoridades agiram com responsabilidade, à luz do dia, para que "tudo fosse feito às claras".
"Delegamos a eles o combate ao terrorismo", afirmou, referindo-se aos militares. "E a Irmandade quis mostrar-se como vítima." / NYT
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.