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Em bloco, UE rechaça posições de Trump

Líderes de sete países da Europa se manifestam em favor do Acordo de Paris e contra o protecionismo

Por Andrei Netto , Correspondente e Paris
Atualização:

As sete maiores potências da União Europeia (UE), lideradas por Alemanha e França, manifestaram-se conjuntamente nesta quinta-feira, em Berlim, na defesa do livre-comércio e do Acordo de Paris, que tenta frear as emissões de gases de efeito estufa.

A posição assumida por líderes como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, tem como objetivo pressionar o presidente dos EUA, Donald Trump, na reunião de cúpula do G-20, que será realizada em 7 e 8 de julho, em Hamburgo.

Angela Merkel recebe Emmanuel Macron em Berlim para reunião de chefes de Estado e de governo Foto: EFE/Carsten Koall

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A reunião prévia da cúpula foi organizada por Merkel, que recebeu os chefes de Estado e de governo de França, Reino Unido, Itália, Espanha, Holanda e Noruega para debater uma estratégia conjunta frente à posição de Trump.

Na cúpula do G-7, realizada na Itália em maio, o presidente americano informou que retiraria os EUA do Acordo de Paris e, fiel à sua posição protecionista, não permitiu que uma citação sobre o livre-comércio fosse incluída no comunicado final.

Reunidos, Merkel, Macron e os primeiros-ministros da Itália, Paolo Gentiloni, da Espanha, Mariano Rajoy, da Holanda, Mark Rutte, e da Noruega, Erna Solberg, tentaram passar a imagem de uma UE coesa. A ausência marcante ficou por conta da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que deixou a reunião mais cedo porque se submeteria a um voto de confiança do Parlamento. Ainda assim, todos reiteraram – até mesmo a britânica – que o Acordo de Paris não pode ser renegociado.

“Há diferenças que não se pode esconder”, reconheceu Merkel, referindo-se a Trump, sem citar seu nome. Mais cedo, a chanceler havia sido ainda mais dura com a posição do americano. “Aqueles que creem que o protecionismo e o isolacionismo são a solução para os problemas do mundo cometem um grave erro.”

Macron, que vai receber Trump no desfile militar de 14 de Julho – data nacional francesa – em Paris, preferiu enfatizar a necessidade de liderança de parte da Europa, mas também com críticas indiretas. “Reafirmamos claramente nosso engajamento muito forte pelos Acordos de Paris e nossa vontade de seguir em frente, de minha parte com esperança de que uns e outros sejam trazidos à razão e possam nos seguir”, afirmou o presidente francês. 

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A reunião em Berlim foi uma nova oportunidade para Merkel e Macron destacarem o bom entendimento entre eles. Mas o presidente francês ponderou que a UE precisa de uma parceria eficiente com os EUA em temas como defesa e luta contra o terrorismo.O G-20 desta vez não terá a presença do presidente do Brasil, Michel Temer.