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Em carta a opositoras venezuelanas, Dilma diz que Brasil busca solução para crise

Documento não explica motivo de a presidente brasileira não receber as mulheres de Ledezma e López, mas crítica prisões 

Atualização:

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff enviou uma carta nesta quinta-feira, 7, para as opositoras venezuelanas Mitzy Capriles, mulher de Antonio Ledezma, e Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, na qual "agradece suas iniciativas" e diz que o Brasil "procura incansavelmente uma solução para crise" da Venezuela.

Mitzy e Lilian estão em Brasília, onde foram recebidas por membros da Comissão de Relações Exteriores do Senado, que aprovou nesta semana uma moção de censura contra a Venezuela pelo que qualificou de "detenções arbitrárias" de opositores.

Lilian Tintori (esquerda) e Mitzy Capriles se reúnem com Fernando Henrique Cardoso Foto: Reprodução / Twitter

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Entre os opositores presos, a moção de censura citou o Ledezma, prefeito de Caracas, e López, dirigente do partido Vontade Popular, que estão presos pela participação em supostos planos "terroristas" que seriam realizados a fim de derrubar o governo de Nicolás Maduro.

A carta enviada para Mitzy e Lilian - à qual a agência Efe teve acesso - foi a resposta a uma audiência não concedida e está assinada pelo chefe do gabinete pessoal de Dilma, Álvaro Henrique Baggio, e diz: "a Presidente Dilma Rousseff deseja uma pronta e feliz solução" à situação vivida na Venezuela.

"O governo brasileiro procura incansavelmente uma solução para crise política dentro do mais absoluto respeito ao Estado democrático", acrescenta o documento.

Sem explicar as razões pelas quais Lilian e Mitzy não foram recebidas, a carta diz que Dilma "agradece as referências ao Brasil" feitas pelas opositoras, que destacaram o "caráter democrático" do governo e instituições brasileiras.

No mês passado, em uma entrevista à rede CNN, Dilma advogou pela liberdade dos opositores presos na Venezuela, embora sem se distanciar do governo de Maduro, com o qual mantém estreitos laços de cooperação e certa identificação ideológica.

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Essa posição foi depois sublinhada pelo vice-presidente do Brasil, Michel Temer, responsável pela coordenação política no governo de Dilma, que considerou "inadmissível que haja presos políticos" em qualquer país da América Latina. /EFE

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