Em carta, papa Francisco apoia ativistas pró-imigrantes e condena populismo e xenofobia
Pontífice elogia o combate à tirania em meio ao que ele chama de ‘esvaziamento das democracias’
Por Redação
Atualização:
ROMA - O papa Francisco ofereceu apoio a ativistas que lutam por justiça social, pelos imigrantes e pelo meio-ambiente, e disse que “reafirma” a escolha deles de combater a tirania em meio ao “esvaziamento das democracias”, de acordo com informações do jornal britânico The Guardian.
“Assim como cristãos e todas as pessoas de boa vontade, devemos viver e agir nesse momento. É uma grande responsabilidade, já que certas realidades atuais, a menos que sejam efetivamente tratadas, são capazes de iniciar processos de desumanização que seriam difíceis de reverter”, escreveu o pontífice em uma carta lida para ativistas nesta semana.
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Os pontos ressaltados por Francisco, segundo o Guardian, podem ser vistos como um claro apoio à resistência contra o populismo e os movimentos políticos xenófobos. Apesar de não mencionar o novo presidente dos EUA, Donald Trump, e não dirigir as críticas especificamente a alguém, a carta - lida na abertura de um evento sobre movimentos populares em Modesto, Califórnia - parece se referir aos protestos contra o mandatário republicano.
“A direção tomada para além deste ponto da história - os caminhos por meio dos quais essa crise agravante será resolvida - dependerá do envolvimento das pessoas e da participação, em grande parte, de vocês mesmo, os movimentos populares”, escreveu o papa.
O registro foi lido em voz alta por um aliado próximo de Francisco, o cardeal Peter Turkson, que compareceu ao evento.
No documento, o pontífice ainda condenou o crescimento do populismo e dos movimentos xenófobos pelo mundo, dizendo que eles representam um “grande perigo para a humanidade”. Ele também criticou líderes que dependem do “medo, insegurança, discussões, e até da indignação justificada das pessoas, visando transferir a responsabilidade para todos esses doentes que estão em uma ‘não vizinhança’”.
Papa Francisco visita campo de concentração nazista de Auschwitz
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O papa Francisco visitouo campo de concentração nazista de Auschwitz e atravessou sua entrada sob a inscrição em ferro forjado "Arbeit macht frei" (“O... Foto: Filippo Monteforte/Pool Photo via APMais
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Ele parou para rezar no pátio onde eram chamados os condenados à morte e onde o sacerdote polonês Maximiliano Kolbe se ofereceu para morrer em troca d... Foto: Osservatore Romano/Handout via ReutersMais
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Francisco ficou por alguns minutos sentado com os olhos fechados e em profundo recolhimento e depois beijou um dos postes de madeira que serviam para ... Foto: Osservatore Romano/Handout via ReutersMais
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O papa também visitou cela onde Kolbe - beatificado por Paulo VI em 1971 e canonizado por João Paulo II em 1982 - foi preso com o objetivo de morrer d... Foto: Osservatore Romano/Handout via ReutersMais
Papa Francisco visita campo de concentração nazista de Auschwitz
O pontífice permaneceu no local, rezando durante aproximadamente dez minutos, em meio a uma leve penumbra, sentado em uma cadeira e cabisbaixo Foto: Osservatore Romano/Handout via Reuters
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Ele ainda seguiu para o campo de Birkenau, o "Auschwitz 2", construído a uns três quilômetros de distância para que Hitler realizasse a chamada "soluç... Foto: Osservatore Romano/Handout via ReutersMais
Papa Francisco visita campo de concentração nazista de Auschwitz
As únicas palavras dele no lugar foram escritas no livro de Honra, em que pede: “Senhor tenha piedade de seu povo. Senhor, perdão por tanta crueldade"... Foto: Pawel Sawicki/Auschwitz-Birkenau State Museum via APMais
Papa Francisco visita campo de concentração nazista de Auschwitz
O papa também passou diante das lápides de mármore com inscrições nos 23 idiomas dos prisioneiros, onde colocou uma vela acesa Foto: EFE/DAREK DELMANOWICZ
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Francisco se encontrou com os sobreviventes, um grupo de 25 pessoas parentes dos chamados "Justos das nações", título concedido por sua ajuda aos jude... Foto: EFE/RADEK PIETRUSZKAMais
Papa Francisco visita campo de concentração nazista de Auschwitz
Mais de meio milhão de pessoas foram assassinadas no local visitado pelo papa Foto: EFE/Daniel Dal Zennaro
“Mais cedo ou mais tarde, a cegueira moral dessa indiferença aparecerá, como quando um milagre se dissipa”, escreveu o papa. “As feridas estão lá, elas são a realidade. O desemprego é real, a violência é real, a corrupção é real, a crise de identidade é real, o esvaziamento das democracias é real.”
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Ainda segundo o Guardian, ele elogiou os ativistas que se organizam em oposição a esses tratados. “Eu sei que vocês se comprometeram a lutar por justiça social, a defender nossa mãe Terra e a ficar ao lado dos imigrantes. Quero reafirmar minha escolha”, escreveu o pontífice.