
17 de abril de 2009 | 21h12
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Venezuela, Hugo Chávez, trocaram um breve cumprimento nesta sexta-feira, pouco antes da abertura da sessão inaugural da 5 Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago.
Em um ato que o governo venezuelano está classificando como "uma saudação histórica", os dois líderes se cumprimentaram e Chávez afirmou querer se tornar "amigo" de Obama.
"Com esta mesma mão, há oito anos, eu cumprimentei (o ex-presidente norte-americano George W.) Bush. Quero ser seu amigo", disse Chávez a Obama, segundo a página de internet do Ministério das Comunicações da Venezuela.
Ainda segundo o governo venezuelano, Obama teria agradecido a saudação.
As relações entre a Venezuela e os Estados Unidos foram bastante tensas durante os oito anos do governo de George W. Bush.
Chávez costumava fazer duras críticas às políticas do ex-presidente dos Estados Unidos e, durante a 61 Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em 2006, chegou a chamá-lo de "diabo".
Expectativa
Há uma grande expectativa a respeito da atuação de Obama durante a Cúpula das Américas, já que este é seu primeiro encontro oficial com a maior parte dos líderes da região.
Analistas e políticos esperam que Obama sinalize, durante a cúpula, mudanças em relação à diplomacia norte-americana para a América Latina.
Estas expectativas aumentaram ainda mais com fato de a Casa Branca ter anunciado, apenas alguns dias antes do encontro, o relaxamento de algumas restrições a viagens e envio de remessas a Cuba que haviam sido implementadas durante do governo Bush.
Críticas
Mesmo assim, antes mesmo do início da reunião em Trinidad e Tobago, Chávez anunciou que "vetaria" a declaração final da Cúpula, que termina no próximo domingo.
Entre as principais críticas de Chávez está o fato de Cuba não estar representada na Cúpula das Américas. A ilha caribenha foi suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962.
Também nesta sexta-feira, os líderes da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), um bloco formado por países latino-americanos com governos de tendência esquerdista - entre os quais estão Venezuela e Cuba - divulgaram um documento onde classificam a declaração final da Cúpula das Américas como "inaceitável".
Segundo os países da Alba, o rascunho da declaração final - que já foi divulgado - "exclui injustificadamente" o debate sobre o fim do bloqueio americano a Cuba e "não dá respostas" à crise econômica internacional.
Leia também na BBC Brasil: Alba diz que declaração de Cúpula das Américas é "inaceitável"BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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