'Em Damasco ainda é possível viver e trabalhar'
Para dono de restaurantes na capital síria, situação melhorou em relação aos primeiros meses do conflito
Entrevista com
Entrevista com
26 de setembro de 2013 | 02h08
Maher al-Khatib é sírio, dono de um restaurante e de uma loja de construção em Damasco, tem três filhos e viveu 20 anos no Brasil. A seguir, ele relata, em trechos da entrevista concedida à Rádio Estadão, como tem sido o esforço para continuar trabalhando e vivendo em meio à guerra civil. Al-Khatib é casado com uma brasileira e os três filhos dele nasceram no Brasil. Ao ser questionado sobre o futuro sírio, ele se mostra otimista.
Como vão os negócios em tempos de guerra?
MAHER AL-KHATIB - Não é mais como em 2010, claro. Mas está melhor agora do que no começo (da revolta), em 2011. Muita gente fugiu. O trabalho ficou ruim. Mas estamos bem. Não é como mostra a TV, que a guerra se espalhou pela Síria. Isso não está certo. Aqui em Damasco, ainda se pode viver e trabalhar.
E o que o senhor faz hoje na Síria?
MAHER AL-KHATIB - Sou dono de restaurante. Tenho três restaurantes fast-food. Eu tenho comércio na área de construção também. Estamos bem, graças a Deus
Em algum momento do conflito o senhor pensou em voltar ao Brasil?
MAHER AL-KHATIB -Tenho ainda negócios no Brasil e muitas saudades. Eu vivi 20 anos no Brasil como se fosse na Síria. Nunca me senti estrangeiro no Brasil. Eu amo o Brasil como eu amo a Síria. Mas não penso em voltar neste momento.
O senhor ainda tem esperança de viver em um país sem guerra?
MAHER AL-KHATIB -Acredito que a gente vai conseguir. Vou falar uma coisa. Muita gente espera pelo fim da guerra. Há muitas pessoas fazendo novos negócios e trabalhando. Tem um pessoal que nunca trabalhou e está trabalhando. Tem muita gente que quer o fim dessa guerra.
O senhor tem parentes no Brasil?
MAHER AL-KHATIB -Tenho.
E fala com eles com frequência?
MAHER AL-KHATIB -Sempre falo com eles. Mando votos de saúde e abraços para todos. Tenho primos, primas, tio e tia no Brasil.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.