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Em dia mais violento, operação em Gaza deixa 19 mortos

Duas mulheres morreram e mais de 10 ficaram feridas quando soldados abriram fogo contra um grupo de mulheres palestinas na cidade de Beit Hanun

Por Agencia Estado
Atualização:

No dia mais violento nos territórios palestinos desde o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit, no dia 25 de junho, soldados do Exército de Israel abriram fogo contra um grupo de mulheres palestinas na cidade de Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza. Duas mulheres, ambas de 40 anos, morreram e mais de 10 ficaram feridas no incidente, que foi o mais grave do dia. No total, 19 palestinos morreram nesta sexta-feira em operações militares israelenses em Gaza e na Cisjordânia, cinco deles civis. O grupo de mulheres, a maioria usando tradicionais véus muçulmanos, caminhava em direção a uma mesquita de Beit Hanun quando foi alvejado pelos soldados. Elas atendiam à convocação de uma rádio local controlada pelo grupo radical Hamas para que cercassem o templo e servissem de escudo humano para cerca de 60 militantes do grupo radical Hamas refugiados no local por 19 horas. A princípio, os soldados atiraram para o alto para dispensar a marcha. Mas depois, atiraram em direção ao grupo, alegando que havia homens armados entre as manifestantes. Houve pânico e correria no momento em que duas mulheres caíram no chão, baleadas. "Mundo, onde está você?", exclamou uma manifestante. "Tem gente morrendo! Elas são mártires!", completou. Ambulâncias chegaram ao local em poucos minutos para resgatar os feridos. Em meio à confusão que se seguiu, os militantes abrigados dentro da mesquita conseguiram escapar ao cerco do exército. Imagens de agências de notícias confirmam que alguns estavam vestidos com roupas de mulher. Cerco O cerco à mesquita começou na noite de quinta-feira, quando os militantes do Hamas se refugiaram no local assim que o exército completou a ocupação de Beit Hanun, um vilarejo de 30 mil habitantes que fica a menos de um quilômetro da fronteira com Israel. Segundo os militares, é de lá que, diariamente, radicais palestinos lançam foguetes caseiros do tipo Qassam contra Israel, atingindo principalmente a cidade de Sderot. Desde o começo do ano, mais de 300 foguetes caíram em Sderot, alimentando a pressão pública contra o exército para que contenha os lançamentos. Até agora, os militares não têm tido sucesso. Só nesta sexta-feira, sete foguetes atingiram Sderot. Isso apesar da ocupação de Beit Hanun, desde quarta-feira, como parte da operação "Nuvens de Outono". O número de mortos desde o começo da ofensiva varia de acordo com a fonte. O exército israelense fala em 34 mortos. Um soldado israelenses também morreu.

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