Em discurso de posse, Lasso promete ampliar vacinação e combater desemprego

Presidente equatoriano quer imunizar 9 milhões de pessoas nos primeiros 100 dias de governo

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Por Redação
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QUITO - O novo presidente equatoriano, Guillermo Lasso, prometeu em seu discurso de posse nesta segunda-feira, 24, acelerar a imunização contra a covid-19, combater o desemprego e abrir o país ao livre comércio mundial. O ex-banqueiro também afirmou que irá priorizar a erradicação da desnutrição infantil e medidas de promoção da igualdade de gênero. Conservador, Lasso será o primeiro presidente de direita no país desde 2003.

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No discurso, Lasso reforçou sua promessa de campanha de vacinar nove milhões de pessoas nos primeiros 100 dias de governo. O país, com população de 17, 37 milhões de pessoas, administrou até o momento 1,9 milhão de doses. Menos de meio milhão de pessoas foram totalmente imunizadas. O governo anterior de Lenín Moreno vinha sofrendo críticas pelo atraso na campanha de imunização.

Lasso reconheceu que sua meta de vacinação exigirá um grande esforço logístico. “O país tem de se mobilizar”, disse, encarregando seu vice-presidente, Alfredo Borrero, de acompanhar o fortalecimento do Ministério da Saúde. Lasso também pediu apoio do Conselho Nacional Eleitoral para seu plano de vacinação, especialmente por causa da base de dados do órgão.

Lasso prometeu vacinar 9 milhões de pessoas nos 100 primeiros dias de seu governo Foto: Ecuador Presidency via REUTERS

O economista também prometeu combater o desemprego. "Hoje recebemos um país com níveis históricos de desemprego, sob a ameaça de uma brutal pandemia que afeta o mundo e com níveis de desnutrição infantil que estão entre os mais elevados da região", declarou. O novo presidente afirmou que o governo tem a missão de “criar um ambiente positivo para o trabalho e o crescimento”. Entre dezembro de 2019 e março de 2021, o desemprego no Equador passou de 4,6% para 5,5%. A pobreza passou de 25% para 32% entre 2019 e 2020, de acordo com dados do governo.

Lasso também prometeu reforçar a democracia para pôr fim às "desigualdades lacerantes entre o mundo rural e o mundo urbano", em um país que "falhou com sua juventude na educação e na criação de oportunidades, que mantém seus aposentados no mais humilhante esquecimento, e onde ser mulher não é um fator de desvantagem, mas sim um fator de risco existencial". 

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Lasso aproveitou para acenar ao livre comércio.“Hoje o Equador declara que abre suas portas ao comércio mundial”, declarou, afirmando que tentará tornar o país parceiro pleno da Aliança do Pacífico (Chile , Colômbia, México e Peru). “Abriremos o Equador a acordos de livre comércio com nossos maiores aliados”,disse. 

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Sem citar diretamente o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), Lasso disse que outros governos equatorianos “em meio a tanta disputa e luta interna cederam à pior das fraquezas políticas: a tentação autoritária”. “Começamos a luta para recuperar a alma democrática de nosso país”, disse o ex-banqueiro, afirmando que “acabou a perseguição política no Equador”, mal que se atribui ao correísmo.

A posse contou com a presença de líderes mundiais como Jair Bolsonaro, Luis Abinader, da República Dominicana, Jovenel Moise, do Haiti, e Felipe VI, rei da Espanha. Os Estados Unidos foram representados por sua embaixadora na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

Lasso, de 65 anos derrotou no dia 11 de abril o esquerdista Andrés Arauz por 52,36% contra 47,64% dos votos, em uma eleição acirrada que revelou a polarização no país andino. Com mandato a priori até 2025, ele será o primeiro governante de direita no Equador desde 2003. 

Lasso tem o controle do Legislativo, obtido por alianças de seu movimento com setores de centro e esquerda, mas não tem maioria absoluta no Congresso. /AFP e EFE

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