
07 de dezembro de 2009 | 07h48
Na ocasião, o cientista político Rosendo Fraga, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo: "Começa um período de hiper-presidencialismo". Diante desse cenário de hegemonia, a classe política argentina fazia apenas uma pergunta: "Quem será candidato à sucessão em 2011? Cristina ou Néstor Kirchner?"
No entanto, dois anos depois, grande parte desse capital político está desintegrado. O golpe de misericórdia no encolhimento do poder dos Kirchners foi a derrota nas eleições parlamentares de junho, quando o governo obteve somente 30% dos votos em todo o país. Na Câmara, o casal perdeu o apoio de 57 parlamentares - agora tem o apoio de apenas 104. Eles também perderam a maioria no Senado, passando de 47 para 36 aliados.
O problema é que o voto de Minerva está nas mãos do vice-presidente Julio Cobos - que acumula o cargo de líder do Senado -, que rompeu com Cristina durante o conflito com os ruralistas no ano passado. Para a ira dos Kirchners, Cobos é agora um potencial presidenciável da oposição.
Pela primeira vez em seis anos o governo será minoria no Parlamento, cujos novos representantes tomaram posse na semana passada. Dos 24 governadores, agora apenas 10 obedecem a Cristina, especialmente aqueles das províncias em graves problemas financeiros, que dependem dos fundos federais para pagar o funcionalismo.
Nesses dois anos, Cristina entrou em conflito com o setor ruralista que paralisou acabou paralisando o país, provocando um desabastecimento de alimentos e aumentando a inflação. O confronto também mobilizou a classe média, que protagonizou os primeiros panelaços desde a crise de 2001-2002. A fuga de divisas bateu recordes históricos, enquanto que os investidores internacionais passaram a optar por outros países na região, como Brasil e Chile. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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