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Vocalista da banda Eagles of Death Metal homenageia vítimas do Bataclan em entrevista

Jesse Hughes falou com o canal de notícias Vice sobre como ocorreram os ataques à casa de shows no dia 13; cantor menciona criança que sobreviveu pois se escondeu em seu camarim por baixo de sua jaqueta de couro

Atualização:

WASHINGTON - A banda californiana Eagles of Death Metal, que tocava em Paris na noite dos ataques de 13 de novembro, sobreviveu ao massacre durante sua apresentação na casa de shows Bataclan, mas outros morreram ao buscar abrigo em um dos camarins do local, disse o vocalista do grupo em entrevista ao canal de notícias Vice.

Jesse Hughes falou com a Vice para uma entrevista que será publicada na próxima semana. Um trecho de 30 segundos foi liberado no sábado. Foi a primeira vez que um membro da banda falou sobre o atentado, segundo o canal de notícias.

Na noite do dia 13 de novembro de 2015, uma sexta-feira, nove jihadistas do Estado Islâmico iniciaram uma série de ataques em diversos pontos da capital francesa. Naquele momento, a casa de shows Bataclanestava lotada e a banda norte-americana Eagles of Death Metal (foto) se apresentava. A banda e várias outras pessoas conseguiram escapar por saídas laterais do Bataclan no momento em que os jihadistas abriram fogo contra o público. Foto: Kevin Winter/AFP

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Ataques à bomba e à mão armada conduzidos por militantes do Estado Islâmico em Paris mataram 130 pessoas, incluindo 90 que estavam no Bataclan.

"Várias pessoas se esconderam no camarim e os assassinos conseguiram entrar e matar todos eles, exceto uma criança que se escondia por baixo da minha jaqueta de couro", disse Hughes, ao lado do cofundador da banda, Josh Homme.

"As pessoas se fingiram de mortas e estavam muito assustadas", disse Hughes com a voz embargada. "Uma grande razão para tantos terem sido mortos foi porque muitas pessoas não quiseram abandonar seus amigos." O cantor homenageou os espectadores que se negaram a deixar os colegas para trás e que protegeram outras pessoas com o próprio corpo.

Em comunicado publicado em sua página no Facebook, a banda informou que entre os que morreram na noite do dia 13 estava Nick Alexander, responsável pelo marketing do grupo, e três outros companheiros da banda: Thomas Ayad, Marie Mosser e Manu Perez.

Conhecido pela sigla EODM, o grupo tocava no palco do Bataclan quando homens armados abriram fogo com rifles automáticos. A banda de rock, criada em 1998, anunciou nesta semana a suspensão de todas as apresentações agendadas "até novo aviso".

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Em declaração divulgada na quarta-feira em sua página no Facebook, os integrantes do grupo afirmaram que já estavam de volta aos Estados Unidos, mas "ainda horrorizados e tentando entender o ocorrido na França".

A banda agradeceu à polícia francesa, ao FBI e aos governos de França e EUA por sua resposta aos ataques.

"E principalmente a todos aqueles que estavam na área do atentado conosco e ajudaram uns aos outros o melhor que puderam durante essa situação inimaginável, o que prova mais uma vez que o amor ofusca o mal", segundo a declaração.

Ingressos. A venda de entradas para shows em Paris registrou uma queda de 80% desde os atentados de 13 de novembro, em comparação aos números habituais nesta época do ano, informou o Sindicato Nacional de Produtores na sexta-feira.

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"É uma onda de choque", declarou uma porta-voz do Sindicato, acrescentando que essa estimativa foi feita com base nos dados diários dos 20 maiores produtores de shows e variedades.

"Os produtores estão muito preocupados com o futuro. É um setor frágil com baixa margem de lucro", completou a fonte, acrescentando que o período de festas de fim de ano é vital para sua economia. "O desafio é devolver a confiança ao público para que volte aos shows com prazer e com total segurança", insistiu.

A queda nas vendas dos ingressos chega em um momento em que Paris já registra um forte impacto econômico em restaurantes, hotéis e no setor de turismo. Desde o dia dos ataques, cerca de 50% das reservas de hotéis foram canceladas. O mesmo fenômeno tem sido visto em restaurantes. /AFP, REUTERS e EFE

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