Em estado de emergência, Nepal está ansioso quanto ao futuro

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Por Agencia Estado
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Este reino do Himalaia sempre foi mais conhecido como um país pacífico sobre o Everest e como um destino turístico exótico. Agora o Nepal se junta à lista dos lugares problemáticos no sul da Ásia. Depois de a família real ter sido massacrada em junho e de várias brigas provocadas por rebeldes maoístas, o governo decidiu declarar estado de emergência na semana passada e enviou o exército às ruas para lutar pela primeira vez. O último derramamento de sangue, que deu fim a quatro meses de cessar fogo, é mais um golpe para a economia deste país pobre, que assiste à uma queda no número de turistas de até 70%. Os rebeldes que se inspiram no revolucionário chinês Mao Tse-tung têm lutado desde 1996 contra a monarquia constitucional e o governo eleito do Nepal. Eles prometem redistribuir terra entre os pobres. A monarquia consitucional nepalesa, com o rei Gyanendra como chefe cerinmonial do estado e o primeiro ministro liderando o parlamento, foi adotado em 1990 depois que um movimento democrático forçou o fim da monarquia absoluta. Milhares de guerrillhas, chefiadas pelo comandante rebelde Prachanda, operaram nas remotas regiões montanhosas durante uma campanha de seis anos que deixou pelo menos duas mil pessoas mortas. O número de mortos chegou a 200 só na semana passada, dos quais quase metade deles eram soldados e policiais mortos durante um três dias de manifestações. Os rebeldes também foram culpados pela explosão de duas bombas em uma fábrica da Coca-Cola em Katmandu, mesmo com a segurnaça reforçada na cidade. Algumas pessoas temem que o estado de emergência permita que o governo oprima seus opositores políticos. As medidas de emergência restringiram entre outras coisas, a liberdade de imprensa, de manifestos públicos e permite a prisão de pessoas suspeitas por até três dias.

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