Em Filadélfia, Hillary foi melhor em 2016

De um modo geral, democratas não assistiram a um imenso comparecimento dos negros nas urnas

PUBLICIDADE

Foto do author Beatriz Bulla
Por Beatriz Bulla e correspondente
Atualização:

FILADÉLFIA - Na maior cidade da Pensilvânia, Joe Biden teve desempenho ligeiramente pior entre os negros do que Hillary Clinton, em 2016. Ele ganhou espaço nos subúrbios e conseguiu neutralizar o apoio que Donald Trump recebeu em outras áreas do Estado. É o caso do condado de Chester, onde 70% da população é negra. Biden teve 182 mil votos no condado – 41 mil a mais do que Hillary em 2016. Trump teve 128 mil votos, 12 mil a mais do que na eleição passada. 

Hillary teve melhor desempenho na Filadélfia em 2016 que Biden em 2020 Foto: Doug Mills/NYT

PUBLICIDADE

De um modo geral, porém, os democratas não assistiram a um imenso comparecimento dos negros nas urnas. O caso mais simbólico talvez seja o da Geórgia, onde a proporção de negros entre os eleitores se manteve praticamente estável, ao redor de 27% do total dos eleitores. Com Barack Obama, a fatia do eleitorado negro chegou a 30%. Biden ganhou no Estado, que havia eleito um democrata pela última vez em 1992, e com intenso apoio dos negros, mas não com a força imaginada pela campanha. 

“O maior efeito negativo para a campanha de Trump foi em razão do voto de eleitores com diploma universitário – inclusive homens e mulheres brancos. A questão são os subúrbios, que têm população bem instruída, mas também são incrivelmente diversos racialmente”, afirma Rachel Bitecofer, responsável pelo site de projeções The Cycle. 

Em 2016, o não comparecimento dos negros às urnas foi um problema para Hillary. Trump chegou a agradecer aos negros por não terem votado na democrata. “Eles não compareceram. E isso foi grande. Então, obrigado à comunidade negra”, afirmou o republicano, um mês após a vitória. Na época, os números mostraram que cerca de 1,6 milhão de negros que haviam votado em Obama não foram votar em Hillary. Em Estados do Meio-Oeste, como a Pensilvânia, onde Trump ganhou por apenas 44 mil votos, em 2016, as margens importam e, desta vez, favoreceram Biden. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.