Em Gana, Obama delineia política regional

Presidente dos EUA faz discurso hoje em primeira viagem à África Negra

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Por THE GUARDIAN
Atualização:

O presidente americano, Barack Obama, fará hoje um esperado discurso no Parlamento de Gana que definirá a política dos EUA para o continente africano. Em sua primeira visita à África Subsaariana como presidente, Obama deve enfatizar que a chave para a prosperidade é democracia e responsabilidade. "Essa não é uma noção abstrata que estamos tentando impor à África", afirmou o presidente dos EUA ao site allAfrica.com. "Existe uma consequência muito prática e pragmática para a instabilidade política e para a corrupção quando se discute se as pessoas podem alimentar suas famílias e educar suas crianças. E nós pensamos que o continente africano é um local de promessas e desafios extraordinários. Nós não vamos conseguir realizar essas promessas a não ser que tenhamos um governo melhor." Apesar da discussão sobre democracia, uma importante parte da política da nova administração americana para a região será tentar solucionar importantes conflitos por meio de uma diplomacia mais agressiva - item que ficou ausente da agenda dos EUA durante os anos de governo do ex-presidente George W. Bush. A Casa Branca deve apontar em breve um enviado especial para a África Central com o objetivo de lidar com uma rede de conflitos que atinge a República Democrática do Congo (ex-Zaire) há 15 anos e tem desestabilizado a região. Washington acredita que o sucesso ou o fracasso de um dos maiores países do continente pode determinar o futuro do continente. De acordo com uma fonte do governo americano que não quis se identificar, os EUA acreditam que um dos principais problemas da África é a Frente Democrática para Libertação de Ruanda, grupo rebelde considerado um dos responsáveis pelo genocídio de 1994 no país. Na ocasião, hutus mataram 800 mil pessoas - tutsis, na maioria. Temendo represálias, muitos hutus fugiram para o Congo e acabaram levando o conflito para o outro lado da fronteira. A fonte disse que os EUA se concentrarão em quebrar a liderança do grupo rebelde para trazer a estabilidade de volta. Para isso, Washington utilizará uma estratégia que combina pressão diplomática com a possibilidade de julgamentos de crimes de guerra. A iniciativa contaria ainda com o estabelecimento de uma força de segurança "mais profissional" para substituir os soldados da ONU que servem na região, mas ainda não conseguiram conter o conflito.

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