Em gesto unilateral, Farc devem soltar militar

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Por EFE
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O secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciou ontem que libertará unilateralmente um de seus mais antigos reféns, o cabo Emilio Moncayo, capturado há 11 anos. No mesmo comunicado, divulgado no site da senadora colombiana de oposição Piedad Córdoba, a guerrilha defendeu um acordo humanitário e condenou a exigência do presidente Álvaro Uribe de um cessar-fogo unilateral para reiniciar as negociações de paz. O drama de Moncayo, sequestrado quando tinha 19 anos, ganhou notoriedade depois que o pai do refém, o professor primário Gustavo Moncayo, caminhou mais de mil quilômetros pelo país em campanha por um acordo com as Farc que trouxesse de volta seu filho. Por causa da mobilização, ele ficou nacionalmente conhecido como "Andarilho da Paz". "Diante do reiterado pedido da senadora Piedad Córdoba, da organização Colombianos e Colombianas pela Paz, do professor Moncayo e dos presidentes (venezuelano) Hugo Chávez e (equatoriano) Rafael Correa anunciamos nossa decisão de libertar unilateralmente o cabo Pablo Emilio Moncayo", disseram as Farc. O anúncio foi feito três semanas depois de a guerrilha entregar o corpo de um militar morto no cativeiro e comunicar que abriria mão de uma zona autônoma para voltar à mesa de negociações com o governo. Capturado em uma emboscada a uma base do Exército, em 1997, Moncayo deverá ser entregue a Piedad - ela mesma ex-refém, atualmente próxima de Chávez. Os detalhes do acordo, porém, ainda não foram definidos. Em fevereiro, a senadora esteve envolvida nas operações que culminaram na libertação do ex-governador do Departamento de Meta Alan Jara, do ex-deputado Sigifredo López e de seis militares, que tiveram apoio operacional do Exército brasileiro. "As Farc devem libertá-lo o quanto antes. Nunca deveriam tê-lo sequestrado", declarou Uribe logo após ser comunicado do anúncio.

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