Em Hong Kong, fala mais alto a guerra comercial com a China 

Presidente americano chegou a oferecer mediação ao presidente Xi Jinping

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Por Luiz Raatz
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Envolvida com a guerra comercial com os EUA, que tem trazido uma série de incertezas para sua economia, a China tem tido dificuldade em avaliar a reação americana na crise de Hong Kong. Donald Trump tem demonstrado pouco interesse na crise em Hong Kong e vê o impasse como um obstáculo nas negociações da guerra comercial.

Soldados treinam monobras de contenção de multidões em estádio de Shenzhen, próximo de Hong Kong, na China. Foto: Thomas Peter / Reuters Foto:

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Segundo Ngok Ma, professor da Universidade de Hong Kong, o território não é uma prioridade para Trump. “O Congresso tem exercido uma pressão mais importante nesse sentido que o presidente, que não tem tratado o tema como prioridade por causa da guerra comercial”, disse. 

Nas últimas semanas, Trump tratou os protestos como “distúrbios” e compartilhou material de inteligência dizendo que a China mobilizava tropas ao redor do território e ofereceu mediação ao presidente Xi Jinping. O presidente chegou a elogiar a reação de Xi Jinping nas manifestações, que chamou de “muito responsável”. O desdém pela crise em Hong Kong, especialmente a falta de interesse em criticar a repressão a manifestantes pacíficos, irritou líderes do Congresso em ambos os partidos. 

Mitch McConnel, líder republicano no Senado, qualificou um possível aumento na repressão em Hong Kong de inaceitável. Até o departamento de Estado tomou uma posição mais ativa que a de Trump na crise. Os manifestantes esperam que o Congresso aprove uma lei que obrigue Pequim a respeitar direitos humanos em Hong Kong sob risco de penas econômicas. 

Para Michael Pillsbury, do Hudson Institute, Trump vê violações de direitos humanos como uma distração para seu foco na relação econômica com Pequim. “O foco do presidente é alterar o modelo econômico chinês”, disse. De acordo com Thomas Wright, do Instituto Brookings, a atitude de Trump em relação a Hong Kong é arriscada. “Ele dá sinal verde para Pequim e nas entrelinhas diz que a questão é puramente interna”, afirmou.

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