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Manifestantes protestam diante de consulado dos EUA em Hong Kong por pressão sobre China

Ações eram realizadas com tranquilidade, mas à noite foram registrados confrontos entre a polícia e os mais radicais; o militante Joshua Wong foi detido novamente, agora por violar as condições de sua liberdade sob fiança

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Por Redação
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HONG KONG - Militantes pró-democracia participaram de uma manifestação neste domingo, 8, em frente ao consulado dos Estados Unidos em Hong Kong para pedir à comunidade internacional que aumente a pressão sobre a China, após três meses de protestos.

Protestos em Hong Kong motivaram cancelamento do torneio de tênis feminino Foto: Lam Yik Fei / The New York Times

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Os manifestantes se concentraram primeiro em um parque e depois seguiram até a representação diplomática americana, em frente à qual permaneceram por horas.

Os participantes seguravam guarda-chuvas, símbolo das manifestações, bandeiras americanas e faixas com mensagens ao presidente dos EUA, Donald Trump, para que “liberte” Hong Kong. Alguns manifestantes entoavam o hino americano.

"Mais de mil manifestantes foram detidos. Não temos outra forma de ação a não ser nos manifestar. Estou desesperado. Acho que, fora os países estrangeiros, ninguém pode realmente nos ajudar", afirmou Jenny Chan, de 30 anos.

No bairro de Mongkok houvebloqueios em ruas e avenidas, ataques a estações de metrô e barricadas incendiadas Foto: Lam Yik Fei / The New York Times

A manifestação era realizada com tranquilidade durante o dia, mas à noite foram registrados confrontos no bairro de Mongkok entre a polícia e os manifestantes mais radicais, com bloqueios em ruas e avenidas, ataques a estações de metrô e barricadas incendiadas.

A raiva dos manifestantes parece estar longe de diminuir, mesmo quatro dias após a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciar a retirada definitiva do polêmico projeto de lei sobre as extradições à China, o que desencadeou os protestos em junho.

A retirada da proposta era uma das principais reivindicações do movimento, mas os militantes pró-democracia consideram que a decisão chegou tarde Foto: Lam Yik Fei / The New York Times

A retirada da proposta era uma das principais reivindicações do movimento, mas os militantes pró-democracia consideram que a decisão chegou tarde e é insuficiente em relação ao restante das demandas.

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Agora, eles também pedem anistia para as centenas de pessoas detidas, além de uma investigação das ações da polícia e do sufrágio universal. Tanto Carrie como Pequim rejeitam todas essas demandas.

Militante detido novamente

Ao voltar de Taiwan neste domingo, 8, o militante de Hong Kong Joshua Wong foi detido novamente, agora por violar as condições de sua liberdade sob fiança.

O militante de Hong Kong Joshua Wong foi detido novamente, agora por violar as condições de sua liberdade sob fiança Foto: Jerome Favre / EFE

"Fui detido nesta manhã pela polícia de fronteira por 'violação das condições de liberdade sob fiança’ e permaneço retido", disse ele em nota divulgada por seu partido político, o Demosisto. "Em princípio, devo ser solto após uma audiência na segunda de manhã.”

Wong foi detido no fim de agosto, junto a outra militante de seu partido, Agnes Chow. Ambos foram soltos depois de pagarem fiança. A polícia de Hong Kong não comentou o caso deste domingo.

A ex-colônia britânica atravessa sua pior crise desde sua devolução pelos britânicos à China, em 1997, com ações quase diárias para denunciar especialmente o recuo nas liberdades e a crescente ingerência de Pequim nos assuntos de sua região semiautônoma. / AFP

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