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Em junho, custos para se naturalizar americano aumentam

Aumento de 80% é criticado pelos legisladores e grupos hispânicos dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

As novas tarifas do Serviço de Imigração e Cidadania dos Estados Unidos entram em vigor a partir de junho. Os novos valores apresentam altas de cerca de 80% em mais de 40 trâmites e provocam críticas de legisladores e grupos hispânicos no país. Segundo anunciou na quarta-feira Emilio González, diretor do USCIS, o aumento, que eleva o custo da naturalização de US$ 330 para US$ 595 e o de residência de US$ 325 para US$ 905, foi estudado durante oito meses. "Estávamos trabalhando na construção de uma nova estrutura", afirmou González. De acordo com ele, os novos valores são indispensáveis. O órgão não tem fontes externas de financiamento e as tarifas anteriores não permitiam cobrir as despesas de um controle mais rígido, exigido pelas novas medidas de segurança após os atentados terroristas de 2001. Além disso, o USCIS precisa estar em condições de enfrentar os possíveis desafios de uma reforma migratória, que pode criar um programa de trabalhadores temporários e aumentar o número de solicitações de residência. "Precisamos nos modernizar. Temos que ser capazes de oferecer o melhor serviço possível", disse González. "Não podemos nem sequer pensar numa reforma migratória que nos traga muito mais solicitações se continuarmos como estamos agora", acrescentou. Segundo o funcionário, a intenção é agilizar os trâmites da agência em 20% a curto prazo. Críticas Legisladores hispânicos e de origem asiática, além do Fundo México-Americano para a Defesa e a Educação (Maldef) criticaram imediatamente as novas tarifas. "Nossa obrigação é garantir que os serviços de imigração e cidadania sejam acessíveis", afirmou o líder do Caucus Hispano da Câmara, o democrata Joe Baca, em comunicado. O líder do Caucus Asiático, Mike Honda, prometeu que seu grupo fará o possível para garantir que os aumentos sejam "justificados e razoáveis". O Maldef pediu ao Congresso que exerça seus poderes de supervisão e encontre alternativas para melhorar e financiar a crescente burocracia no setor da imigração. Segundo o presidente da organização, John Trasviña, o aumento de tarifas proposto pela administração só servirá para criar uma barreira a mais para o sonho da cidadania americana, "às custas dos residentes permanentes que já pagam impostos". O último aumento geral na agência foi em 1998, quando as tarifas subiram 76%. Após o ajuste, as taxas foram reajustadas pela inflação em 2002 e em 2005.

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