Em ''luta de vida ou morte'', China reforça tropa no Tibete

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Por AP e Reuters
Atualização:

O governo chinês reforçou ontem a segurança no Tibete e afirmou travar uma ''luta de vida ou morte'' com a ''gangue do dalai-lama''. Foram enviadas mais forças de segurança à região na tentativa de acabar com os violentos protestos iniciados no dia 10. De acordo com Pequim, 16 pessoas morreram nas manifestações contra a presença chinesa no Tibete, mas o governo exilado tibetano afirma que houve pelo menos 80 mortes. A China anunciou também que não mudará o trajeto da tocha olímpica, que passará pelo Tibete antes de chegar a Pequim, sede da Olimpíada de agosto. Manifestantes haviam pedido que o Comitê Olímpico Internacional mudasse o trajeto. Apesar do esforço chinês para demonstrar que tem a situação sob controle, milhares de tibetanos - grande parte a cavalo - invadiram ontem a cidade de Hezuo, na Província de Gansu, vizinha do Tibete. Aos gritos de ''Tibete Livre!'', eles rasgaram a bandeira chinesa e hastearam a tibetana. Um dia depois de ter afirmado que pode renunciar ao cargo de chefe do governo tibetano no exílio se a violência não terminar, o dalai-lama - que vive na Índia desde 1959 - pediu ontem a ativistas pró-independência que não levem adiante os planos para uma marcha da Índia até Lhasa, capital tibetana, por temer novos confrontos. Ele apelou à comunidade internacional, pedindo que seus líderes pressionem a China a retomar o diálogo. O premiê britânico, Gordon Brown, disse ontem que, em conversa telefônica, o chefe de governo chinês, Wen Jiabao, indicou haver possibilidade de diálogo com o dalai-lama. Mas o líder do Partido Comunista no Tibete, Zhang Qingli, acusou o dalai-lama de ser ''um lobo em pele de monge, um diabo com face humana e coração de monstro'', acrescentando: ''Estamos travando uma batalha feroz de sangue e fogo com a gangue do dalai, uma luta de vida ou morte entre nós e nosso adversário.'' Brown anunciou que se reunirá com o dalai-lama em maio, quando o líder tibetano visitará a Grã-Bretanha. A China afirmou estar ''muito preocupada'' com o encontro.

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