Em meio a ameaças, afegãos vão às urnas escolher presidente

Candidatos prometem encurtar os laços com o Ocidente, combater a corrupção e governar com estabilidade

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Por CABUL
Atualização:

Os afegãos escolhem hoje em 2.º turno o candidato que sucederá a Hamid Karzai na presidência do Afeganistão. Tanto Abdullah Abdullah, ex-ministro das Relações Exteriores, quanto Ashraf Ghani Ahmadzai, que trabalhou no Banco Mundial e também foi ministro de Karzai, prometem encurtar os laços com o Ocidente, combater a corrupção e governar com estabilidade.A expectativa de líderes locais e ocidentais é que haverá uma disputa acirrada, acusações de corrupção de ambas as partes e, principalmente, ataques de facções rebeldes.O Taleban, que intensificou os atentados antes da votação, emitiu um novo alerta para a população ficar longe dos centros eleitorais. Forças de segurança afegãs intensificaram a presença em Cabul erguendo postos de controle, aumentando buscas nos carros e proibindo a circulação de caminhões.As ruas da capital afegã, normalmente muito movimentadas, estavam desertas durante a semana. As autoridades fecharam escolas e repartições públicas em um esforço para controlar melhor a segurança.Tanto Abdullah quanto Ghani prometeram manter uma relação militar próxima com os Estados Unidos e assinar o acordo de segurança com os americanos. A assinatura do pacto permitirá que 10 mil soldados americanos continuem no país por mais dois anos para conduzir operações de contraterrorismo e continuar treinando e aconselhando o Exército e a polícia.Os EUA também têm muito em jogo nas eleições afegãs. Seria uma chance de o país - e o governo de Barack Obama - encerrar 13 anos de uma guerra impopular com uma aparência de relativa dignidade.Karzai, que se afastou dos americanos ao longo de seus dois mandatos como presidente, rejeitou assinar o acordo militar. Com o avanço dos extremistas islâmicos em partes importantes do Iraque quase três anos depois de as tropas americanas deixarem o país, o debate em torno dessa ajuda aumentou muito. "Se os soldados americanos deixarem o Afeganistão, a mesma coisa vai acontecer", disse ontem o religioso Ghulam Hussain Naseri durante um sermão em uma mesquita de Cabul.No primeiro turno, em abril, Abdullah ficou na frente, com 45% dos votos válidos; Ghani ficou em segundo, com 31,6%. Desde então, os dois candidatos têm disputado o apoio de seus seis antigos rivais e dos eleitores afegãos. / AP e NYT

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