‘México nos fez de bobos’, diz Trump após falar com Peña Nieto

Declaração foi dada pelo presidente ao abordar telefonema entre os dois ontem que, segundo ele, foi muito ‘amigável’

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WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 27, que o México fez os EUA de “bobos” na área comercial em consequência do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e, por isso, o renegociará. Ele deu a declaração durante a entrevista ao lado da primeira-ministra britânica, Theresa May, após ser questionado sobre o telefonema, mais cedo, com o presidente do México, Enrique Peña Nieto. 

Enrique Peña Nieto e Donald Trump dão entrevista juntos; líder mexicano foi criticado por não enfatizar publicamente sua oposição às propostas do republicano Foto: EFE/JORGE NUÑEZ

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A conversa entre os dois presidentes, que segundo Trump foi “amistosa”, ocorreu em meio a uma crescente crise de segurança e comércio entre eles. Na primeira semana na Casa Branca, Trump cumpriu sua promessa de campanha e assinou decreto autorizando a construção de um muro na fronteira para conter a imigração – obra que, segundo ele, será paga pelo México. O líder mexicano insiste que não pagará por nenhuma barreira e cancelou a ida a Washington prevista para a terça-feira. 

Em um comunicado, o governo do México afirmou que os dois tiveram uma conversa “construtiva e produtiva”, mas concordaram que não falarão mais sobre o financiamento do muro publicamente. “Não conversarão publicamente sobre essa controvertida questão.”

“Vamos trabalhar por uma nova e justa relação com o México. Mas os EUA não podem continuar perdendo grandes quantidades de negócios, de companhias e milhões e milhões de pessoas perdendo seus empregos”, disse. 

Trump afirmou que, por culpa de governos anteriores em Washington, o déficit comercial dos EUA com o México é de US$ 60 bilhões, o que ele quer solucionar de imediato. Para isso, o governo Trump afirmou que poderia taxar as importações do México em 20%, o que ajudaria a solucionar esse déficit e, ao mesmo tempo, pagaria o custo do muro, que pode chegar a até US$ 25 bilhões. 

A possibilidade alarmou economistas e políticos nos EUA pelo risco de o consumir americano pagar a conta no final. Deputado do Texas, o republicano Will Hurd criticou o muro e as taxas. “É a mais cara e menos efetiva maneira de reforçar a fronteira”, disse Hurd. “Segurança na fronteira, sim. Tarifas, não”, escreveu no Twitter o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul.

“Qualquer proposta política que eleve o custo da (cerveja) Corona, tequila ou margaritas é péssima ideia”, brincou, se referindo aos produtos mexicanos. / EFE, REUTERS e AP

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