Em meio ao caos provocado por terremoto no Equador, médico atende na rua
Clínico geral que atende pacientes na calçada e ajuda a distribuir alimentos relata as dificuldades de seu trabalho e pede ajuda de empresas e organizações internacionais
Por Redação
Atualização:
PEDERNALES, EQUADOR - Quando a terra parou de tremer em Pedernales, no noroeste do Equador, o médico Marcelo Puma não pensou duas vezes e começou a colocar as mãos à obra. Pouco tempo depois, havia instalado seu consultório no meio da rua, onde atende pessoas que ficaram feridas em razão do terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter ocorrido na semana passada.
"Toda a cidade está destruída, meu consultório está a ponto de desmoronar. A necessidade me obrigou, já que há tantas pessoas com dores de traumatismos, a dar atendimento na rua e organizar a comunidade do meu bairro", disse o clínico geral.
Terremoto no Equador deixa centenas de mortos
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Centenas depessoas morreram e milhares ficaram feridas como consequência do terremoto de 7,8 graus na escalaRichter que castigou o norte da região lit... Foto: Dolores Ochoa/APMais
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Dezenas de pessoasmorreram e centenasficaram feridas como consequência do terremoto de 7,8 graus na escala aberta de Richter que castigou o norte da r... Foto: José Jácome/EFEMais
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Terremoto atingiu a cidade de Pedernales, na costa doEquador. O municípioé um balneário turístico popular no país Foto: José Jácome/EFE
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Escultura de avião ficou danificada após terremoto no Equador
Escultura de avião ficou danificada após terremoto no Equador Foto: Guillermo Granja/Reuters
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Imagem mostra danos em estrada na cidade deGuayaquil Foto: AFP PHOTO / MARCOS PIN MENDEZ
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Terremotode 7,8 graus na escala aberta de Richter atingiu a cidade de Pedernales, na costa do Equador Foto: José Jácome/EFE
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Na calçada, com o apoio de outros três médicos, o veterano não deixa de prestar serviço mesmo com as dificuldades que aparecem. "É muito penoso, mas é necessário. O povo precisa urgentemente de tratamento anti-inflamatório, porque muitos têm dores. Ficaram sem casas e foram atingidos por destroços", afirmou. "É preciso fazer hoje, porque talvez não possamos fazer amanhã.”
O clínico geral, que também tem distribuído alimentos, contou que em um certo dia ele e seu grupo distribuíram entre 400 e 500 refeições. Ele detalhou algumas das dificuldades de sua missão e afirmou que teve que negociar para receber da capital Quito os equipamentos necessários para dispor de um gerador de luz elétrica.
Essas dificuldades são vencidas, segundo ele, "com muita vontade, com o apoio de muita gente e em razão da urgência do momento, pois os moradores foram pedir ajuda pouco depois da série de prolongados tremores".
"Como somos conhecidos da comunidade, em primeiro lugar vieram aqui", relatou Puma, com 20 anos de experiência, sendo mais de cinco deles em serviços de emergência.
Ao se referir ao tremor, ele garantiu que nunca havia visto algo tão devastador. O abalo sísmico o surpreendeu no centro médico e foi algo que ele definiu como "difícil de imaginar".
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"A primeira coisa que fizemos foi garantir a integridade física da minha família. Assim que saímos de casa, nos demos conta de que tudo tinha desaparecido e que os edifícios estavam sob escombros", lembrou.
Puma descreveu o tremor como "aterrorizante, inimaginável". "Nunca vivi essa experiência. Como médico, tenho um pouco de capacidade de reação, mas acredite, nesse momento não há valentes, só importa garantir a integridade das pessoas. No meu caso, também a da minha família, coisa que, por sorte, conseguimos", disse.
Após o violento tremor, o médico e seus colaboradores entraram de novo na clínica, retiraram os equipamentos e se instalaram na rua. O centro médico ficou de pé, mas em razão do risco de desabamento, não pode ser usado.
Poucos dias depois do acontecimento, enquanto os moradores de Pedernales choram por seus parentes e a ajuda humanitária chega às províncias afetadas, o atendimento de Puma segue na rua.
"Pedernales é uma cidade devastada que não tem absolutamente nada. Antes não tinha e hoje tem menos ainda", afirmou ele, que pede "que as grandes empresas e as pessoas de organizações internacionais ajudem". /EFE