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Em nota, Brasil manifesta apoio a presidente do Paraguai

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

Em apenas cinco linhas, o governo brasileiro antecipou seu apoio a Fernando Lugo, o ex-bispo que tomou posse da Presidência do Paraguai há apenas 19 dias, e registrou sua preocupação com as "graves denúncias" de que estaria em curso um complô contra a nova administração do país vizinho. Em nota divulgada hoje pelo Itamaraty, o Brasil informou que confia na plena manutenção da institucionalidade democrática no Paraguai - um eufemismo para avisar que não tolerará um movimento golpista no país. "O governo brasileiro confia em que a institucionalidade democrática será plenamente mantida no país e reafirma seu apoio ao presidente Lugo, legitimamente eleito pelo povo paraguaio", afirma a nota. A manifestação do governo brasileiro, entretanto, surgiu cerca de 12 horas depois da divulgação de uma nota de apoio a Lugo emitida pela Argentina. Em 1998, os governos do Brasil e da Argentina foram responsáveis por impedir o sucesso de uma tentativa para derrubar o governo do ex-presidente Juan Carlos Wasmosy. No último domingo, Lugo denunciou a organização de um golpe contra seu governo por Lino Oviedo, general da reserva que esteve envolvido em duas conspirações na década de 90 e que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de abril, e pelo ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, entre outros políticos de oposição e militares. No Itamaraty, entretanto, a iniciativa de Lugo foi comparada às várias denúncias de conspiração feitas nos últimos anos pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa. Nenhuma delas teve fundamento e todas pareceram orientadas a minar as táticas da oposição e a angariar o apoio popular ao governo, segundo um diplomata brasileiro.

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