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Iraque retoma mesquita de Mossul, onde Estado Islâmico proclamou o califado

Na semana passada, várias explosões provocadas pelos jihadistas destruíram o famoso minarete da mesquita conhecido como 'Hadba'

Atualização:

MOSSUL, IRAQUE- As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira, 29, que retomaram a emblemática mesquita de Mossul diante da qual o líder do grupo Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, fez sua única aparição pública e proclamou seu "califado" em julho de 2014.

O anúncio foi feito pelo exército iraquiano, mas um comandante das forças especiais do país informou à AFP que a mesquita Al-Nuri - cujo minarete foi derrubado com explosivos pelo EI na semana passada - ainda não havia sido totalmente reconquistada, o que estava muito perto de acontecer.

Forças Iraquianas lutam para recuperar o controle da Cidade Velha de Mossul das mãos do Estado Islâmico Foto: AFP PHOTO / AHMAD AL-RUBAYE

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"As forças de contraterrorismo assumiram o controle da mesquita Al-Nuri e (do minarete) Hadba", afirma um comunicado do Comando das Operações Conjuntas iraquianas.

Mas o general Abdulwahab al-Saadi indicou que as forças estavam a ponto de reconquistar a mesquita, mas que ainda estavam a uma distância de 20 metros.

O canal Iraqiya anunciou, por sua vez, a "queda do Estado fictício" - brincando com o nome dado pelo EI ao seu pseudo-"Estado do califado" autoproclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

Na semana passada, várias explosões provocadas pelos jihadistas destruíram o famoso minarete da mesquita conhecido como "Hadba".

Localizados na Cidade Velha de Mossul, Al-Nuri e Hadba eram monumentos emblemáticos da cidade. Também ganharam uma importância particular sob o reinado o EI, que tomou a cidade em 2014.

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Foi nesta mesquita que Al-Baghdadi apareceu pouco depois da conquista da cidade, chamando em uma oração os muçulmanos a obedecê-lo.

O minarete inclinado, cuja construção terminou em 1172, é a figura impressa nas notas de 10.000 dinares iraquianos. Os extremistas haviam hasteado sua bandeira no seu topo, a 45 m de altura.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, classificou a destruição do local como uma "declaração oficial de derrota" por parte do EI, no momento em que as tropas iraquianas avançam na Cidade Antiga de Mossul, último reduto dos jihadistas, e dão mais um passo rumo ao controle total da segunda maior cidade do Iraque.

Em Mossul, o grupo extremista sunita ainda controla uma pequena parte da Cidade Antiga, mas as ruas estreitas e a presença de muitos civis fazem o avanço das forças iraquianas extremamente complicado, enquanto os combatentes do EI resistem fortemente.

Quase 100.000 civis são "mantidos como escudoshumanos" na Cidade Antiga, segundo a ONU.

Três anos depois de tomar Mossul, o paradeiro de Baghdadi continua desconhecido, enquanto que o EI perdeu a maior parte dos territórios que ocupava como resultado de uma ofensiva lançada em junho de 2014.

Em 16 de junho, o exército russo indicou em um comunicado que provavelmente havia matado o líder da organização jihadista durante um ataque aéreo realizado no final de maio contra uma reunião de líderes do EI perto Raqqa, principal reduto do grupo no norte da Síria.

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A coalizão internacional liderada por Washington afirmou não ser capaz de confirmar o anúncio de Moscou.

Hoje, o "califado" sofre com as ofensivas militares no Iraque e na Síria, mas o grupo consegue organizar ataques sangrentos em todo o mundo.

Na vizinha Síria, uma coalizão de combatentes árabes e curdos apoiados pelos Estados Unidos conquistou um quarto da cidade de Raqa, a capital de fato do EI em território sírio. Na quarta-feira, a ONU estimou que cerca de 100.000 civis ainda estavam "presos" em Raqqa. /AFP

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