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Em rara aparição, imperador japonês diz orar por vítimas de desastre

Na TV, Akihito pediu que japoneses 'se dêem as mãos' para superar 'desastre sem precedentes'.

Por BBC Brasil
Atualização:

Aparição do imperador Akihito na TV é ocasião rara (AFP/Getty) O imperador do Japão, Akihito, disse que está "profundamente preocupado" com a possibilidade de que piore a crise gerada pelo terremoto e o tsunami da sexta-feira, bem como do acidente nuclear que o abalo gerou. Em uma rara aparição ao vivo na TV - sua primeira manifestação pública depois do desastre - o imperador disse que está orando pelos japoneses. "Do fundo do meu coração, espero que as pessoas se dêem as mãos e se mostrem compaixão umas com as outras para superar esses tempos difíceis", afirmou o monarca. "O terremoto foi sem precedentes e sinto muito pelas pessoas que sofreram com esse desastre terrível. O acidente na usina nuclear me causa profunda preocupação e espero que os esforços dos funcionários possam evitar que a situação piore." Em tom sombrio, o soberano disse que estava rezando para que todas as vítimas da tragédia sejam salvas. Milhares de pessoas ainda estão desaparecidas entre os escombros da costa nordeste do país. Na pequena Otsuchi, o paradeiro de metade dos oito mil moradores permanece incerto. O governo confirmou a morte de mais de 3,5 mil pessoas, mas teme-se que o número seja superior a 10 mil. As dificuldades são complicadas pelas temperaturas abaixo de zero e a falta de suprimentos em diversas áreas. Cerca de 500 mil pessoas estão em abrigos temporários, que sofrem com a falta de comida, água, eletricidade e combustível. Perigo nuclear Enquanto isso, os técnicos estão trabalhando para evitar uma catástrofe nuclear na usina de Daiichi, em Fukushima, onde uma falha no sistema de resfriamento dos reatores já causou três explosões e vazamento de material radioativo. Nesta quarta-feira, um incêndio atingiu o reator número 4 da usina e o aumento nos níveis de radiação do local obrigou os trabalhadores a abandonar temporariamente a instalação. O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, disse que os níveis de radiação voltaram a cair e os técnicos retomaram os trabalhos de estabilização do reator. Mas o container que abriga o reator pode ter sofrido dano, afirmou o porta-voz. Funcionários do governo aconselharam moradores num raio de 20 a 30 km da usina a deixar a área ou permanecer abrigados. Uma zona de exclusão aérea foi estabelecida sobre o complexo nuclear. Em Tóquio, a mais de 200 quilômetros de Fukushima, o nível de radiação sofreu uma pequena elevação - suficiente para amedontrar os moradores, que começam a estocar mantimentos. Estrangeiros A situação de instabilidade tem levado países a elevar sua recomendação de evitar viagens para grande parte do Japão. O governo australiano recomendou todos os seus cidadãos que estiverem em Tóquio ou nas cidades afetadas sem uma razão essencial a deixar os locais. Já o governo francês aconselhou os seus cidadãos a deixar o norte do Japão e mesmo a capital e se dirigir ao sul do país. A autoridade nuclear francesa diz que a catástrofe no Japão já atingiu o nível seis, em uma escala que vai até sete. O Japão classifica o incidente como nível quatro. Paris informou que pediu à Air France dois aviões para evacuar os seus cidadãos do país a partir da quinta-feira. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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