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Em relatório sobre guerra no Líbano, Anistia acusa Israel por crimes de guerra

O grupo de direitos humanos classificou os ataques à infra-estrutura civil do Líbano como parte de "uma estratégia militar, ao invés de danos colaterais"

Por Agencia Estado
Atualização:

A Anistia Internacional acusou Israel de cometer crimes de guerra, afirmando que o país rompeu com as leis internacionais ao destruir a infra-estrutura libanesa durante sua recente guerra contra o Hezbollah. O relatório da organização será divulgado nesta quarta-feira em Londres. Segundo o grupo de direitos humanos, evidências iniciais como o tipo e o escopo dos ataques israelenses, o grande número de baixas civis, os danos generalizados e as declarações das autoridades israelenses "indicam que a destruição foi deliberada e parte de uma estratégia militar, ao invés de danos colaterais". "A escala de destruição foi fora do comum", disse a pesquisadora da Anistia Donatella Rovera, que visitou o Líbano durante a guerra e é uma das autoras do relatório. "Há claras evidências de ataques desproporcionais e indiscriminados." O grupo pede que a ONU verifique se ambos os combatentes - Israel e o Hezbollah - descumpriram as leis internacionais. Além do relatório sobre a atuação de Israel, o grupo deve divulgar também uma análise sobre os atos da guerrilha libanesa. Procurada pela Associated Press, a embaixada israelense em Londres disse que não comentaria o assunto no momento. Segundo as Forças de Defesa Israelense, desde o início da guerra, no dia 12 de julho, até o início do cessar-fogo, em 14 de agosto, mais de 7 mil ataques aéreos foram lançados contra alvos libaneses. Outros 2.500 bombardeios foram realizados pela marinha israelense. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef), cerca de 1.183 pessoas morrem no Líbano - um terço desse total seriam crianças. O relatório da Anistia cita ainda a "destruição generalizada de prédios, casas, serviços de água e eletricidade, estradas, pontes, fábricas e portos" que, se somado às declarações das autoridades israelenses, "sugere (a existência de) uma política de punição tanto ao governo libanês quanto à população civil em um esforço para incrementar às críticas ao Hezbollah". O texto destaca, entre outros, um comentário feito no dia 13 de julho pelo chefe do Estado Maior israelense, general Dan Halutz, de que "nada está a salvo no Líbano".

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