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Em sua defesa, dona de barco incendiado na Califórnia usará mesma lei do caso do Titanic

Para especialistas jurídicos, processos para punir por morte culposa causada pelo fogo são praticamente uma certeza 

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Por Redação
Atualização:

LOS ANGELES - A empresa dona de um barco de mergulho que pegou fogo e afundou na Califórnia matando 34 pessoas está buscando evitar ser responsabilizada pelo acidente, invocando uma lei do século 19 que protegeu donos de embarcações de terem que arcar com os custos de desastres como o naufrágio do Titanic

Investigadores federais entrevistaram os únicos sobreviventes do incêndio a bordo do Conception, o capitão e quatro membros da tripulação, além de Glen Fritzler, cuja empresa Truth Aquatics é dona e operadora da embarcação. 

Barco Conception pegou fogo na costa californiana Foto: Santa Barbara County Fire Department via AP

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Especialistas jurídicos disseram à agência Reuters que processos para punir por morte culposa causada pelo fogo são praticamente uma certeza. 

Acidentes que ocorram em terra com um número de mortos semelhante poderiam levar a US$ 100 milhões em indenizações, disseram advogados. Mas na água a lei marítima se aplica, e qualquer processo enfrentará o estatuto invocado na quinta-feira pela Truth Aquatics, que permite que um dono de uma embarcação e seu segurador escapem ou limitem significativamente a responsabilidade pelo incidente em certos casos. 

A Truth Aquatics requereu na corte distrital de Los Angeles sob o Ato de Limitação de Responsabilidade, de 1851. A lei é rotineiramente invocada em acidentes aquáticos, sejam eles entre rebocadores e barcas em portos movimentados ou com barcos de lazer em locais turísticos. 

A Truth Aquatics não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o requerimento. 

A lei permite que o dono de um veículo peça a um tribunal federal a isenção ou limitação de indenizações ao valor da embarcação. A Truth Aquatics diz no documento que o Conception após o acidente não vale mais nada. 

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O naufrágio do Titanic em sua primeira viagem, em 1912, no qual mais de 1,5 mil pessoas morreram, é um exemplo clássico no qual a lei foi usada com sucesso. 

A dona do navio, White Star Lines, conseguiu limitar as indenizações em processos nos Estados Unidos. 

O ato requer que o dono mostre que suas ações não causaram o acidente, ou que não tenha sido negligente ou tido conhecimento no incidente. Os proprietários se apoiam em evidências de que a embarcação estava adequadamente equipada, sua tripulação bem treinada e os procedimentos estavam sendo seguidos. / REUTERS 

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