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Em tom provocativo, Irã diz que ameaças não são solução

Esta é a resposta ao anúncio do vice-presidente americano de que EUA podem tomar qualquer medida contra Teerã caso programa nuclear não seja interrompido

Por Agencia Estado
Atualização:

O Irã disse neste sábado, 24, em tom de provocação, que os Estados Unidos não estão em condição de atacar o Irã e pediram que Washington e seus aliados comecem a pensar em um diálogo com Teerã. "Nós não vemos que os americanos devem iniciar uma nova guerra na região", disse o ministro de Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki. Mottaki fez a declaração em resposta ao vice-presidente americano, Dick Cheney, que afirmou na sexta-feira, 23, que pode tomar qualquer medida contra o Irã caso Teerã não aceite interromper programa nuclear. Mottaki, no entanto, disse que a saída para o impasse do polêmico programa nuclear iraniano é o início de negociações e não de ameaças. "A única forma de alcançar uma solução é por meio de diálogos. Até lá, queremos que a reunião em Londres na próxima semana possa resultar em negociações com o Irã", disse Mottaki. O Irã já deixou claro que não irá abandonar seu programa nuclear. Mortos na fronteira O Irã anunciou neste sábado a morte de 17 opositores em um confronto com os Guardiães da Revolução Islâmica, um corpo muito fiel ao regime de Teerã, segundo a agência de notícias nacional Irna. O grupo acusou os americanos de provocarem tensões na fronteira com o Irã. O chefe dos Guardiães da Revolução Islâmica, Yahya Rahim Safavi, disse que os Estados Unidos e o Reino Unido buscam incitar tensões na fronteira do Irã para desestabilizar governo do Teerã. "Os inimigos do Irã estão contratando mercenários para gerar conflitos nas proximidades de nossos territórios", disse Safavi, se referindo novamente aos americanos. O Irã já enfrentou dezenas de ataques de rebeldes na fronteira nos últimos anos por conta de questões religiosas e étnicas. Nenhum causou grandes problemas ao governo de Teerã. A fonte, que cita um comunicado dessa força militar, qualifica as vítimas de "colaboracionistas que se opõem à revolução", e indica que o tiroteio ocorreu no noroeste do país, sem precisar a data. Também afirma que, durante o enfrentamento, um helicóptero no qual viajava um dos comandantes dos Guardiães da Revolução e oito acompanhantes "teve um acidente", sem oferecer mais detalhes.

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