Em Trípoli, Sarkozy diz que Kadafi e 'criminosos' devem enfrentar a lei

Presidente francês e premiê britânico fazem primeira visita à Líbia sob regime anti-Kadafi

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Por Redação
Atualização:

Atualizado às 14h30

 

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TRÍPOLI - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse na manhã desta quinta-feira, 15, que o ditador líbio Muamar Kadafi deve enfrentar a Justiça internacional, bem como aqueles que "cometeram crimes". Ainda segundo o presidente francês, Kadafi deve ser detido.

 

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Para o líder europeu, não se trata de "ajuste de contas" com Kadafi, mas de "regras de direito internacional". Sarkozy fez ainda um apelo para que países que abrigam envolvidos na repressão aos opositores cooperem na entrega deles à Justiça.

 

As declarações de Sarkozy foram feitas hoje durante a primeira visita dele e do premiê britânico David Cameron ao país desde que o regime anti-Kadafi assumiu o controle da capital. Os líderes se reuniram em Trípoli com o líder do CNT, Mustafa Abdel Khalil, e com o premiê do governo de facto, Mahmoud Jibril.

 

Sarkozy e Cameron foram recebidos como heróis pelos rebeldes de Benghazi, aplaudidos e aclamados. Os líderes europeus reafirmaram seu apoio à revolução líbia. "A França, a Grã-Bretanha, a Europa, todos estarão sempre ao lado do povo líbio", disse o presidente francês. Londres e Paris são vistos pelos insurgentes como as forças que pressionaram os Estados Unidos a assumir uma posição mais dura contra Kadafi e pela continuidade dos ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

 

Cameron disse que seu governo buscaria descongelar cerca de US$ 18,9 bilhões em bens líbios caso o Conselho de Segurança da ONU aprovasse uma resolução que será apresentada ao Conselho de Segurança (CS). "Já liberamos 1 bilhão de libras (cerca de US$ 1,6 bi) em bens e se conseguirmos aprovar a resolução que vamos propor (ao CS da ONU) com a França amanhã, há um montante adicional de 12 bilhões de libras (US$ 18,9 bi) apenas no Reino Unido", disse o premiê, prometendo que o governo buscaria o descongelamento.

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O premiê britânico disse ainda, segundo a AP, que os ataques da Otan contra os últimos focos de resistência de Kadafi devem continuar. "Terminou, rendam-se", disse Cameron, voltando-se para o líder, cujo paradeiro ainda é desconhecido. 

Sarkozy ao lado de Mustafa Abdel Khalil e Mahmoud Jibril, do CNT; à direita, Cameron

 

Kadafi ainda é 'perigo'

 

Os líderes europeus, porém, disseram que "o mais difícil ainda está por vir" e que os esforços pela paz e democracia ainda não foram concluídos no país do norte da África. As missões aéreas da Otan na Líbia, disseram eles, devem prosseguir até que as forças de Kadafi sejam derrotadas. Sarkozy agregou que o coronel, cujo paradeiro é desconhecido, ainda representa "perigo".

 

Os líderes francês e britânico visitam Trípoli sob forte esquema de segurança. Eles devem ir ainda hoje a Benghazi, leste do país, cidade na qual as revoltas começaram em fevereiro. Os dois chegaram a Trípoli na manhã de hoje, à frente da missão que foi à Líbia para discutir o futuro do país com o governo do Conselho Nacional de Transição (CNT).

 

A missão inclui representantes de alto escalão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar que ajudou os rebeldes a derrubar o regime. A visita inclui discursos públicos na Praça da Liberdade, em Benghazi.

 

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