Em vídeo, canadense diz que matou várias mulheres

Polícia suspeita de que ele tenha assassinado mais de 50 prostitutas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Robert Pickton, acusado do assassinato de pelo menos 26 mulheres, confessou a um companheiro de cela que queria matar a sua vítima número 50 antes de "fazer mais 25 novas" e que utilizou um processador de carne para se desfazer de seus corpos. A confissão está numa fita de vídeo gravada de forma clandestina pela Polícia enquanto Pickton estava detido, em 2002. O companheiro de prisão do suspeito era na verdade um policial que havia sido infiltrado para obter informação. Pickton, um criador de porcos de 57 anos, cuja fazenda fica nas proximidades de Vancouver, está sendo julgado desde o fim de janeiro pelo assassinato de seis mulheres. Ele é acusado de matar outras 20 e a Polícia suspeita de que ele tenha sido o responsável pela morte de mais de 50 prostitutas que desapareceram do centro de Vancouver entre meados dos anos 1980 e 2001. No vídeo mostrado nesta terça-feira ao júri, Pickton mostra cinco dedos de uma mão e depois fazendo o sinal de 0. O policial pergunta, incrédulo: "Cinqüenta?". Pickton afirma que "ia fazer mais um, fazer o número exato". Incentivado pelo preso na cela contígua, Pickton explica que fez bem ao se desfazer dos restos de suas vítimas, e que para isso utilizou um processador de restos de porcos procedentes de matadouros. Em outro ponto da conversa, ele afirma que a lista de 48 mulheres desaparecidas investigada pela Polícia só representa "a metade" das suas vítimas. No início do julgamento, a promotoria revelou que durante a busca na fazenda de Pickton, que durou mais de um ano e exigiu a utilização de técnicas arqueológicas, a Polícia descobriu diversos restos humanos. Encontraram num congelador duas cabeças humanas, assim como pés e mãos. Durante anos, grupos de defesa das prostitutas e trabalhadores sociais denunciaram o desaparecimento de dezenas de mulheres do centro de Vancouver, conhecido por abrigar mulheres dedicadas à prostituição, em sua maioria de origem indígena e com problemas com drogas. No entanto, a polícia de Vancouver nunca investigou seriamente as denúncias, alegando que prostitutas tendem a desaparecer de forma repentina para aparecer depois em outras cidades.

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