Em visita à Ásia, Kamala Harris tenta acalmar aliados dos EUA após caos no Afeganistão

Vice-presidente fez pronunciamento conjunto com premier de Cingapura nesta segunda, reforçando compromisso com a região; amanhã, ela viajará para o Vietnã

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Por Redação
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NOVA YORK — A vice-presidente Kamala Harris procurou tranquilizar os aliados dos EUA na Ásia sobre seu compromisso com a região, enquanto enfrentava uma série de perguntas sobre o Afeganistão durante uma visita a Cingapura nesta segunda-feira.

A repórteres, Harris apontou diversos acordos firmados com Cingapura sobre segurança cibernética, clima e saúde pública como evidência de que os EUA estão comprometidos em honrar acordos com parceiros de segurança de longa data na região.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, durante reunião em Cingapura antes de partir para o Vietnã na segunda etapa de sua viagem ao sudeste da Ásia. Foto: Evelyn Hockstein/ via AP

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A vice-presidente também mencionou que os EUA estavam determinados a completar com sucesso a retirada no Afeganistão, onde o Taleban efetivamente assumiu o controle após 20 anos de guerra com os EUA. O primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, ofereceu-se para ajudar os americanos no esforço de remoção.

“Hoje estamos em Cingapura para enfatizar e reafirmar nosso relacionamento duradouro com este país e nesta região, e para reforçar uma visão compartilhada de uma região Indo-Pacífica livre e aberta e para reafirmar nossos interesses mútuos na paz e estabilidade no Sudeste Asiático”, disse Harris, acompanhada de Lee.

Os EUA enfrentaram críticas até mesmo de seus aliados pelo caos gerado no Afeganistão ao retirar suas tropas do país. O presidente Joe Biden manteve sua decisão e disse que as avaliações da inteligência americana não previam um avanço tão rápido do Talibã e o colapso dos militares afegãos em apenas 11 dias.

O primeiro-ministro de Cingapura enfatizou a importância do papel dos EUA como "fiador regional de segurança e apoio à prosperidade" nas últimas sete décadas na Ásia, apesar de "momentos difíceis" ao longo do caminho.

“Estamos assistindo ao que está acontecendo no Afeganistão nas telas de TV hoje, mas o que influenciará as percepções acerca da determinação e do compromisso dos EUA com a região será o que os EUA farão daqui para frente”, disse Lee. “Como se reposiciona na região, como engaja sua ampla gama de amigos e parceiros e aliados na região e como continua a luta contra o terrorismo.”

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Em seu primeiro dia de trabalho completo em Cingapura, Harris e Lee anunciaram uma série de acordos entre as nações, incluindo um diálogo para impulsionar a cooperação na resiliência da cadeia de suprimentos. Embora ainda não esteja claro quais setores participarão do diálogo, Harris deve se encontrar com líderes do setor privado e do governo em Cingapura na terça-feira para discutir o assunto.

Na tarde desta segunda, durante uma visita à Base Naval de Changi, Harris agradeceu às tropas americanas ainda destacadas para o Afeganistão, enquanto enfatizava que a região do Indo-Pacífico é chave para os interesses futuros dos EUA, uma mensagem que ela provavelmente expandirá em um discurso planejado para terça-feira.

“A razão de estarmos aqui é importante, o Indo-Pacífico é fundamental para a segurança e a prosperidade dos Estados Unidos”, disse em comentários aos militares a bordo do USS Tulsa. “Acredito que grande parte da história do século 21 será escrita sobre esta região onde vocês agora atendem. E queremos ser aqueles que ajudam a moldar e ditar essa história. Vocês, com seu serviço, serão aqueles que ajudaram a moldar essa história.”

Harris deve partir de Cingapura para Hanói na tarde de terça-feira. Ela tentará deixar sua marca na região como a primeira vice-presidente a visitar o Vietnã, onde os EUA travaram uma de suas mais longas e sangrentas guerras, entre 1955 e 1975. / AP, AFP eBLOOMBERG

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