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Em visita à Grã-Bretanha, papa admite falha por abusos

Por AE-AP
Atualização:

O papa Bento XVI começou nesta quinta-feira uma visita de Estado à Grã-Bretanha, reconhecendo que a Igreja Católica não atuou de maneira decisiva ou suficientemente rápida para frear os sacerdotes que violaram a abusaram sexualmente de crianças. Em uma conversa com jornalistas no avião que o levava à Grã-Bretanha, o papa disse que a prioridade da Igreja agora é ajudar as vítimas, para que elas recuperem a confiança na instituição.As declarações do papa são o reconhecimento mais abrangente até o momento das falhas da Igreja Católica no tratamento dos escândalos de padres que abusaram de crianças, que voltaram às manchetes com novas revelações na Bélgica, com mais centenas de vítimas. Entre elas, pelo menos 13 se suicidaram com o passar dos anos.A visita do sumo pontífice à Grã-Bretanha é atrapalhada pelos escândalos e marcada pela indiferença mostrada por esse país, bastante laico, onde os católicos são uma minoria. Bento XVI notou que os sacerdotes que cometem abusos jamais devem ter acesso às crianças, mas disse que eles sofrem uma doença, e a boa vontade não é suficiente para curá-los. O papa respondeu a várias perguntas formuladas anteriormente pelos jornalistas que o acompanham até a Grã-Bretanha, onde ainda há um mal-estar pelos escândalos. Há protestos planejados e ocorreram debates sobre o tema do celibato exigido pela Igreja de seus sacerdotes.O pontífice reconheceu esta oposição na Grã-Bretanha, ao afirmar que a nação tem "um grande histórico contrário ao catolicismo. Apesar disso, também é um país com longo histórico de tolerância". O papa disse que ficou surpreso e entristecido com os escândalos de abusos. "Sentia tristeza pelo fato de que a autoridade da Igreja não tenha sido suficientemente atenta nem suficientemente rápida, nem decisiva para adotar as medidas necessárias" para impedir novos abusos, disse ele. O papa disse que agora as vítimas eram a prioridade da Igreja.

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