Em visita ao Arizona, Trump diz que Nafta 'provavelmente' acabará

Presidente disse na primeira rodada de reuniões que 'pacto não funcionou para muitos americanos'; Casa Branca afirmou que republicano está cumprindo com sua promessa de construir um muro na fronteira com México

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira 22 que "provavelmente terminará" com o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) com o México e o Canadá, cujas conversas de renegociação começaram na semana passada.

"Devo ser honesto (...), pessoalmente não acredito que possamos alcançar um acordo, porque eles (México e Canadá) têm se aproveitado de nós de maneira ruim. Eles fizeram grandes negócios, os dois países, mas especialmente o México, que não acredito que possamos alcançar um acordo", afirmou Trump, durante um ato político em Phoenix, no Estado do Arizona. "Acredito que provavelmente acabaremos com o Nafta em algum momento."

A visita de Trump à fronteira com o México evidenciou o desejo do republicano de cumprir sua promessa de construir um muro, iniciativa que está paralisada no Congresso por falta de recursos Foto: AP Photo/Andrew Harnik

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As conversas de renegociação do Nafta começaram no dia 16 com uma primeira rodada de reuniões que se alargou até o dia 20. Este primeiro encontro foi marcado pela contundência do governo Trump, que assegurou que "o pacto não funcionou para muitos americanos" e afirmou que uma reformulação dele não seria suficiente, frente a mensagens mais conciliadoras de México e Canadá.

A próxima reunião será no México, entre os dias 1.º e 5 de setembro, com o objetivo de obter um acordo até o início de 2018.

Muro

A visita de Trump à fronteira com o México no Estado do Arizona evidenciou o desejo do republicano de cumprir sua promessa de construir um muro, iniciativa que está paralisada no Congresso por falta de recursos.

Trump "está cumprindo com sua promessa ao povo americano de construir um muro para proteger a fronteira sul, e o Setor Yuma é um claro exemplo de quão efetiva pode ser a barreira”, disse a Casa Branca em um comunicado.

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Durante a visita de três horas à cidade fronteiriça, que incluiu um percurso pelas instalações da Patrulha Fronteiriça do Setor Yuma, Trump teve a oportunidade de observar as operações rotineiras das autoridades migratórias.

Em sua visita, o presidente, que não fez declarações, esteve acompanhado por Thomas Homan, diretor-interino da Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), que reiterou em declarações à imprensa a necessidade de que o Congresso aprove as verbas para construir o muro na fronteira com o México.

"Precisamos de recursos para construir o muro fronteiriço", enfatizou Homan em Yuma, onde a fronteira está dividida por uma barreira tripla de cerca de 14 km de comprimento, que Trump considerou um "modelo impenetrável" para frear o fluxo de imigrantes sem documentos e de drogas.

"O muro fronteiriço é um sucesso. Onde o muro foi construído, os números caíram. Menos drogas, menos imigrantes sem documentos atravessando, menos 'gente má' entrando no país para causar danos", assegurou Homan.

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Durante a visita, Trump teve a oportunidade de observar de perto os equipamentos modernos da Patrulha Fronteiriça, como drones MQ-9 Predator B, helicópteros Black Hawk e o avião Super King Air 350ER.

As autoridades migratórias assinalaram que as detenções de imigrantes sem documentos no Setor Yuma diminuíram 70% desde 2006, quando foram erguidos mais de 80 km de muro fronteiriço.

Em sua tentativa para construir o "grande muro", Trump enfrenta, no entanto, a oposição dos democratas e do governo do presidente do México, Enrique Peña Nieto, que reiterou que o seu país não pagará por esta obra, como o republicano prometeu reiteradamente em sua campanha presidencial.

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O Congresso americano aprovou recentemente US$ 1,6 bilhão para a construção da barreira, mas estes recursos enfrentam forte oposição no Senado. Além disso, o projeto também encara um atraso na construção dos protótipos que estavam programados para junho e foram adiados para novembro. / EFE

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