10 de dezembro de 2010 | 14h48
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, criticou hoje o reconhecimento, por parte do Brasil, das fronteiras do Estado da Palestina anteriores à Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967. De acordo com ele, a decisão do governo brasileiro foi "prematura", mas ressaltou que o Brasil é um país soberano e tem o direito de reconhecer os países que quiser.
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"Na nossa maneira de ver a questão do Oriente Médio, a decisão do Brasil foi prematura", afirmou Shannon em visita à sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de São Paulo (OAB-SP). "Mas o Brasil é um país soberano e tem todo o direito e autoridade de reconhecer os países que quer reconhecer."
WikiLeaks. Na visita, Shannon foi questionado ainda sobre a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestou solidariedade ao australiano Julian Assange, criador do site de vazamento de documentos confidenciais WikiLeaks, que foi preso em Londres pela acusação de abuso sexual na Suécia.
Ontem, Lula disse que o culpado não é quem divulga as informações confidenciais, mas quem "escreveu a bobagem", disse, referindo-se aos embaixadores norte-americanos. Shannon evitou polemizar e afirmou que a atribuição da culpa, neste caso, será determinada pelos Judiciários dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Suécia.
"Obviamente, os tribunais vão determinar a culpabilidade pelo vazamento. Eu vou deixar isso nas mãos dos tribunais", disse o embaixador. Na avaliação dele, o vazamento de documentos confidenciais dos EUA, e que citam o Brasil, não vai afetar as relações entre os dois países. "Acho que vamos sair desse episódio com uma relação mais forte do que antes", afirmou.
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