Embaixador americano diz que acordo impede julgamento de soldado

Desse modo, soldado americano que dirigia o caminhão militar envolvido no engavetamento não pode ser julgado no Afeganistão

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Por Agencia Estado
Atualização:

O soldado americano que dirigia o caminhão militar envolvido num engavetamento no qual pelo menos cinco pessoas morreram - e que deu início aos piores distúrbios dos últimos anos em Cabul - não pode ser julgado no Afeganistão por estar protegido pelos estatutos de um acordo entre Cabul e Washington, disse nesta segunda-feira o embaixador dos Estados Unidos no Afeganistão, Ronald Neumann. O Parlamento afegão havia recomendado ao governo que abrisse um processo contra o soldado. O Exército dos EUA alega que o engavetamento de 29 de maio foi um acidente provocado por um problema nos freios do caminhão. Nesta segunda-feira, Neumann disse a jornalistas que um acordo assinado em 2003 pelos governos de EUA e Afeganistão determina que os soldados americanos não podem ser julgados por tribunais afegãos. "Existe um acordo em vigor e os Estados Unidos retêm jurisdição criminal para atos perpetrados por seus militares no Afeganistão", insistiu o embaixador. O Afeganistão iniciou uma investigação independente sobre o acidente. O Exército americano prometeu cooperar com as autoridades locais, mas promove seu próprio inquérito. Os distúrbios desencadeados pelo incidente foram considerados os mais graves ocorridos em Cabul desde a queda do regime liderado pela milícia fundamentalista islâmica Taleban, no fim de 2001. Além dos cinco mortos no engavetamento, 20 pessoas morreram e 160 ficaram feridas nos distúrbios iniciados no local da batida e que em pouco tempo tomaram conta da capital afegã.

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