Embaixador de Israel no Egito volta a seu país; invasão deixa mais de mil feridos

Levanon foi levado a Israel em um avião militar; Netanyahu qualificou assalto de 'incidente sério'

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Atualização:

 

 

JERUSALÉM - O avião que transferiu o embaixador israelense no Egito, sua família e o pessoal diplomático, obrigados a abandonar a Embaixada no Cairo após esta ser assaltada por dezenas de manifestantes na noite de sexta-feira, 9, aterrissou nas primeiras horas deste sábado, 10, em Israel, segundo fontes oficiais. A invasão da embaixada deixou três mortos e 1.049 feridos.

 

O grupo de oito pessoas, liderado pelo embaixador, Yitzhak Levanon, foi levado a Israel em um avião militar da Força Aérea israelense. Além disso, outros seis israelenses presos na embaixada no Cairo foram transferidos posteriormente de avião depois de serem retirados do edifício por um comando especial egípcio.

 

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou de "incidente sério" o assalto, na noite desta sexta-feira, à Embaixada de seu país no Egito, ao tempo que agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por sua ajuda.

 

"O ataque em massa à Embaixada de Israel no Egito é um incidente sério, mas poderia ter sido pior se os agitadores tivessem conseguido atravessar a última porta e ferir nossa gente", manifestou Netanyahu, segundo informa o meio eletrônico Ynet.

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"Fico feliz que tenhamos conseguido impedir um desastre e queria agradecer ao presidente dos Estados Unidos por sua ajuda", acrescentou Netanyahu.

 

"Seis israelenses que estavam assediados na embaixada de Israel no Cairo retornaram há uma hora são salvos a Israel", segundo um comunicado do Escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

 

Invasão. Dezenas de manifestantes invadiram no fim da tarde de sexta-feira o edifício que abriga a Embaixada de Israel, que ocupa os últimos andares, após derrubar o muro que o protegia.

 

Três pessoas morreram, uma após sofrer um ataque cardíaco, e 1.049 ficaram feridas em choques entre os milhares de manifestantes concentrados nas imediações da Embaixada e a polícia.

 

As forças de segurança efetuaram disparos para o ar e usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes nos arredores do edifício, onde a bandeira israelense foi substituída por uma egípcia.

Netanyahu falou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o incidente e ambos decidiram seguir em contato até que a situação tenha se resolvido, informou a imprensa local.

 

Medida. O primeiro-ministro egípcio, Essam Sharaf, convocou para este sábado uma reunião do gabinete de crise depois dos últimos distúrbios na Embaixada de Israel no Cairo e a saída do país do embaixador israelense, Yitzhak Levanon.

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Além disso, o titular da Defesa israelense, Ehud Barak, informou em comunicado que dialogou com seu colega americano, Leon Panetta, a quem pediu que fizesse todo o possível para proteger a Embaixada israelense no Cairo.

 

Cerca de 20 militares, apoiados por quatro carros de combate, estão a postos na entrada do local, enquanto os manifestantes cantam palavras de ordem contra Israel.

 

A rua onde se encontra a embaixada, no lado oeste do Nilo, voltou a ser aberta ao trânsito, apesar de ainda ter sinais da batalha da noite de sexta-feira, onde pneus e carros foram incendiados.

 

Muitos manifestantes dormem nos portais dos edifícios adjacentes ao da legação. Um dos ali presentes, Ahmad Saber, explicou à Efe que voltou ao local porque não aceita a presença israelense no Egito.

 

"Queremos acabar com a relação entre os dois países, a saída do embaixador (israelense) foi um primeiro passo, mas não vamos parar até que se cortem as relações totalmente", assinalou Saber.

De acordo com o manifestante, quem começou o choque na noite anterior foi as forças de segurança não foram eles, mas gente alheia ao protesto que chegou para provocar.

 

Enquanto isso, o primeiro-ministro egípcio, Essam Sharaf, presidiu neste sábado uma reunião do gabinete de crise para revisar a situação interna após os fatos na noite de sexta-feira e a saída do país do embaixador israelense, Yitzhak Levanon, revelou a agência Mena".

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A agência egípcia destacou que a reunião se centrou no episódio da embaixada israelense, a tentativa de invadirem a sede da Direção de Segurança de Giza, vizinha à legação diplomática, e "a agressão à sede do Ministério do Interior".

 

Egito lutou contra Israel em quatro guerras - 1948, 1956, 1967 e 1973 -, que culminaram com um tratado de paz assinado em Washington em 26 de março de 1979 pelo então presidente egípcio, Anwar al Sadat, e o primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, e o americano, Jimmy Carter.

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